quarta-feira, novembro 29, 2006

:: ESC - 9 Grupo D


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PEDAGOGIA ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE
Atividade 9
Grupo D: Cristina N., Cristina C., Cristiane R., DanielaA., Maria Inês, Maria Ledi, Maria Tatiana, Mário Augusto


Educação, trabalho infantil e feminino

As pessoas viam o trabalho feminino como inferior. Conseqüentemente, exploração e salário baixo existiam. Fora a discriminação. Havia quem dissesse que se trabalhasse fora, não conseguiria cumprir as obrigações domésticas.
O texto termina com o parágrafo ?Hoje, na maioria das vezes, ainda é homem quem ganha os meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras.? Mas hoje não é assim. O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família.
Mais uma vez, um assunto bem atual. Apesar do distanciamento do tempo, mais de um século, parece que serve para hoje. Trabalho infantil e feminino, leis que protegem de um lado, mas também tiram seus proveitos. Será que daqui um século, esses problemas continuarão?

Marx e Engels nunca escreveram um livro, texto ou artigo, especialmente sobre ensino e educação. Essas questões aparecem separadas ao longo de suas obras, em forma de referências e opiniões, porém, são opiniões consistentes e importantes e podem ser consideradas breves análises críticas ao capitalismo, porem, não são críticas imediatistas, pois estabelece um marco de referência bem distinto: ausência de classes, igualdade social, e ausência de relações de dominação.
No século XIX a falta de atenção às necessidades sociais da educação é própria dos primeiros anos do capitalismo, unida às dramáticas condições do trabalho feminino e infantil.
Todos os socialistas utópicos e anarquistas confiaram no ensino e instrução, como instrumento de transformação, emancipação, libertação das condições opressoras dos indivíduos, Marx e Engels não ficaram alheios a isso.
A divisão do trabalho e o modo de produção capitalista são o eixo sobre o qual se articulam as colocações de Marx e Engels sobre educação e ensino, estabelecendo uma divisão radical entre os tipos de atividades e tipos de aprendizagem.
A divisão do trabalho tem como conseqüência a luta de classes, havendo a exploração que afeta a educação e a formação dos indivíduos.
O capitalismo exigiu uma crescente capacidade intelectual de todos os indivíduos, estendendo o sistema escolar, institucionalizando e aprofundando.Os índices de analfabetismo se reduzem drasticamente na medida em que as sociedades agrárias se transformam em indústrias. Neste caso, a proposta de Marx e Engels se move num horizonte bem concreto: criticar a atual instituição escolar e mudá-la.
Degradação moral ocasionada pela exploração capitalista. Leis fabris confusas e ilusórias sobre as causas da educação, não assegurando o cumprimento de seus objetivos.
Antes de 1844, os certificados eram subscritos com uma cruz por professores que não sabiam ler e escrever. A partir de 1844 ?o mestre de escola? como eram chamados os professores, tinha que escrever com seu próprio punho o número do certificado escolar. Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos, eram ambientes miseráveis e fétidos, onde as crianças não faziam absolutamente nada e não aprendiam nada, recebendo atestado de freqüência, pois o atestado de freqüência era o único objetivo pelo qual elas estavam na escola. Esta lei estabelece que a crianças sejam encerradas, por determinado número de horas (3 horas) num ambiente chamado de escola, e que empregador receba por isso semanalmente, certificado subscrito por alguém que se qualifique como professor ou professora. Com isso, houve muitas denúncias sobre o papel real da escola. Muitas crianças dentro de um pequeno espaço, com ?o mobiliário escolar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera viciada e fétida exerce efeito deprimente sobre as infelizes crianças.?
Os donos de indústria não se mostravam favoráveis a dar emprego a meninos que freqüentassem a escola.
Toda a criança antes de começar a trabalhar deve ter freqüentado a escola pelo menos durante 30 dias, não menos que 150 horas exigidos pela lei fabril. Os meninos alternavam o trabalho com a freqüência à escola, até atingirem 150 horas legais.
Meninos de 11 a 17 anos trabalham horas seguidas, em alguns dias da semana chegam a trabalhar 36 horas consecutivas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. E o que acontece na indústria fabril, acontece na sociedade. Aconteceu e acontece até hoje. Depois que o aprendiz chega ao ponto máximo da sua produção, não tendo mais para onde evoluir, é mandado embora. Aí, cresce o desemprego e, conseqüentemente, a criminalidade.
Pequenas empresas, isentas das leis fabris, exploravam o trabalho infantil e feminino. As pequenas empresas ofereciam condições menos favoráveis à saúde, educação e melhoria geral do povo. A degradação moral ocasionada pela exploração capitalista do trabalho das mulheres e das crianças foi descrita por Engels em uma de suas obras. O Parlamento Inglês criou uma lei para permitir o emprego produtivo de crianças de menores de 14 anos nas indústrias fabris. Uma lei ilusória, que ostentando o pretexto de cuidar da instrução das crianças, não continha nenhum dispositivo que assegurasse isto.
O desenvolvimento histórico da indústria moderna criou a necessidade de generalizar a lei fabril a toda produção social, criando, assim, leis que protejam verdadeiramente as crianças a fim de não serem exploradas. E em 1867, essa lei é criada. Só que por um lado, tem má fé nessa lei. Os problemas continuam e o trabalho feminino aparece. A indústria moderna desintegrou a base econômica familiar, e também velhas relações familiares. O direito da criança tinha de ser proclamado. Crianças de ambos os sexos precisavam ser mais protegidas, principalmente de seus pais, pois estes exerciam sobre seus filhos, autoridade arbitrária, nefasta, sem feio e sem controle.
Considerando o mundo atual, é natural que crianças e adolescentes, de ambos os sexos, cooperem com a produção e trabalhem. Porém, isso é inaceitável.
Qualquer criança pode ser produtiva a partir dos nove anos, porém sem excessos e explorações.
Três categorias de crianças, conforme seu trabalho:
1ª) Nove aos doze anos: duas horas de trabalho;
2ª) Treze aos quinze anos: quatro horas;
3ª) Dezesseis aos dezessete: seis horas, com uma hora para a comida e o descanso.
Crianças podem trabalhar, podem contribuir em casa ou em fábrica, mas deve ser moderado esse trabalho. A idéia do trabalho, de fazer-se útil tem de começar desde cedo.
Essa divisão deve corresponder a um curso graduado e progressivo para sua educação intelectual, corporal e politécnica.
A sociedade não pode permitir que pais e patrões empreguem crianças e adolescentes, a menos que se combine este trabalho produtivo com a educação.
Por educação, entendem-se três coisas:
1. Educação intelectual.
2. Educação corporal: exercícios físicos.
3. Educação tecnológica: aplique os conhecimentos na prática, no manejo de ferramentas dos diferentes ramos industriais.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Textos sobre Educação e Ensino. 2ª.ed. São Paulo: Moraes, 1983. Educação, trabalho infantil e feminino (p.59 a 78)
Questões:
1)O texto termina com o parágrafo ?Hoje, na maioria das vezes, ainda é homem quem ganha os meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras.? Mas hoje não é assim. O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família. Hoje em dia a mulher tem um papel importante no sustento da família. Relacione as falhas na aprendizagem das crianças e comportamentos inadequados na Escola com o tempo reduzido das mães para ajudar na base da educação de seus filhos.
2)No texto o autor cita que ?Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos...? ?Com isso, houve muitas denúncias sobre o papel real da escola. Muitas crianças dentro de um pequeno espaço, com o mobiliário escolar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera viciada e fétida exerce efeito deprimente sobre as infelizes crianças.? Reflita sobre as nossas condições como educadores em nossas escolas: ambientes pequenos, salas superlotadas como depósitos de crianças e falta de materiais freqüentemente.


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