terça-feira, dezembro 26, 2006

:: Educação e Crise no trabalho - ECS 11


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Curso de licenciatura em Pedagogia- Anos Iniciais do Ensino Fundamental
ECS11 - Grupo: H - Reflexão final
Componentes: Andréia, Jurema, Roseane, Roselana.
Texto: Educação e Crise no trabalho
Professora: Vera Corazza

No Brasil, como em outros países, a escola é um produto social desigualmente distribuído, seu acesso é restrito não apenas por padrões como categoria sócioeconômica, sexo, etinicidade, local de residência, mas também pelo tipo de rede escolar freqüentado ( pública e particular ). Esses conflitos entre os padrões sociais levam o sistema educacional a uma enorme crise.
Desde o princípio, essa desigualdade contribuiu com a crise na educação e com a classe dos trabalhadores da educação.
A evolução econômica de um mundo globalizado transformou as tecnologias utilizadas nas empresas e indústrias, trazendo para o mercado uma tecnologia de qualidade que contribuiu no desenvolvimento das atividades humanas, transformando os mercados de trabalho e o desenvolvimento do homem dentro do mercado de trabalho nos dias de hoje.
E pensar que no início as escolas não utilizavam estes recursos tecnológicos na educação e a classe trabalhadora não tinha acesso à escola! A política decorrente da organização social arcaica dos anos 1889/1930, onde imperavam os senhores dos engenhos e as atividades extrativistas, as escolas eram para poucos. As escolas normais com princípios educacionais rígidos, funcionavam com regime de internato. E além dos conteúdos exigidos pela legislação vigente da época,eram ensinados o francês ( por que a maioria das escolas eram dirigidas por religiosos provenientes da França). As técnicas domésticas, agrícolas e etc eram a base fundamental para a formação dos filhos destes senhores.
Entre 1889 à 1930, surgiram as escolas republicanas que pretendeu democratizar o ensino primário. Conseguiu ser vitoriosa apenas na universalização da idéia de uma rede de ensino primária pública e gratuíta. Aparecendo os primeiros grupos escolares onde filhos de trabalhadores puderam ter acesso à escola, esses grupos escolares eram atendido por uma única professora com crianças do 1º ao 4 º ano. Essas profissionais da educação eram filhas desses senhores que cursaram a escola normal. A velha escola normal foi a forma didática mais importante para a preparação dos educadores da primeira república e marcou a memória brasileira.
De 1930/1990, surgiu no Brasil uma nova escola populista e corporativa, esta se deu conta da existente e arcaica escola e viu a necessidade de modernização no sistema educacional, viu que poderia conciliar os antigos coronéis com os modernos empresários/escravos e operários. Sua função era cicatrizar a ferida social produzida pela enorme desigualdade.
Abre-se nesta época as portas da escola ao mundo do trabalho, seu populismo político ensinou as massas trabalhadoras a freqüentar os espaços públicos onde se faz políticas, através de manifestações, eleições, discussões , sindicatos,partidos etc, o populismo ensinou ao povo o caminho da escola onde se faz cultura, mas ainda não era uma boa escola.
O estudo perdeu o sentido de trabalho, estudar não é jornada de trabalho, é antes um não trabalho, assim ter um emprego de dia e estudar a noite não representa uma dupla jornada de trabalho.
O planejamento didático, a regência das aulas e sobretudo a avaliação era de grande autoritarismo.
O mundo do trabalho se aproximava do mundo da escola, mas os dois mundos não se integravam, os dirigentes e os dirigidos continuavam em escolas diferentes, mesmo com diplomas iguais. E a desvalorização do mercado de trabalho era visível, o aumento da competitividade do acesso ao emprego levava a uma pré- seleção ( triagem ) efetivada pelos diplomas escolares.
Surgiu o ensino supletivo adaptado para facilitar a escolarização popular, esse nasceu inicialmente para atender a antiga nobreza que não admitia ver os seus filhos frequentarem as escolas republicanas do estado juntamente com os filhos de operários.
Para formar o professor se criou o curso de Magistério de 2º grau e curso de Pedagogia de 3º grau em universidade pública e privadas e os cursos de pós-graduação.
Hoje, o populismo começa a ser questionado sinal disto é o debate sobre a qualidade do ensino travado pelos governantes, mas o desmonte destes prejuízos na educação não será tarefa fácil. É idealismo pretender um ensino moderno , de qualidade e universal, onde o arcaico é aparentemente a alma oculta do próprio moderno.
A primeira vítima deste processo é o professor, que perdeu a referência precisa do que exatamente deve saber como deve ensinar e avaliar. Perdeu a essência de sua identidade profissional.É importante enfatizar que é necessário uma nova política educacional, onde atenda todas as classes sociais.
(Postando pelo Grupo)


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