segunda-feira, janeiro 08, 2007

:: ECS 11


Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental ? EAD

Disciplina: Escola, Cultura e Sociedade ? uma abordagem sociocultural e antropológica.

Professora: Vera Corazza

Nome do aluno: Aline Bittencourt da Silva

ECS 11

O texto lido: Desigualdades Educativas Estruturais no Brasil: Entre estado, privatizações e descentralização, foi uma leitura enriquecedora.Trata do ensino no Brasil e a falta de políticas públicas.

O ensino no nosso país está dividido entre o público e o privado.

O ensino público estadual é falido, sem qualidade, composto por escolas sucateadas, professores mal pagos, alunos que evadem.

Na rede privada as escolas trabalham e caminham para transformar-se em empresas, instalações amplas com atividades diversas e muita segurança, os alunos são clientes e os professores além de educadores devem ser gestores, prezando pela instituição, mantendo-se atualizados e em constante formação, o que também é proporcionado pela instituição a qual o professor serve.Voltadas ao capitalismo, a escola privada luta através do marketing para sobreviver a concorrência, e tenta trabalhar com vestígios de educação deixados pelos fundadores, principalmente nos grandes centros.

Sobretudo é preciso admitir que a escola privada, zela pela qualidade e procura cumprir fielmente a proposta de investimento educacional oferecida aos pais.

O ensino superior público federal é o de melhor qualidade no Brasil, mas é apenas uma utopia para a maioria da população, que são os pobres. Quem acaba cursando, esta faculdade na maioria das vezes, são alunos da escola privada que conseguem passar no vestibular, e que durante o curso não precisam trabalhar para se manter, pois ainda hoje muitos cursos destas universidades são oferecidos durante o dia ou até em dois turnos.

Esses mesmos pobres ou classe média, que pretendem cursar o ensino superior, procuram desesperadamente um emprego para assim pagar uma universidade privada, que na maioria das vezes existe para não ser concluída ou então ser concluída com muitas dificuldades, pelo estudante que trabalha dois turnos para pagar os estudos de um turno noturno, já tomado pelo cansaço do trabalho diário.

Podemos verificar então que a lei não é cumprida, pois não temos o direito ao ensino superior de boa qualidade se não formos privilegiados com uma educação básica, fundamental e média de boa qualidade também.

O problema da educação não pode ser resolvido individualmente, é uma questão maior, trata-se da desigualdade social gerada pela falta de distribuição de renda.

As regiões sul e sudeste do país, mesmo com todas estas dificuldades, mostram uma realidade melhor do que as demais regiões brasileiras.

Enquanto no Norte e no Nordeste, existem poucos professores capacitados para o trabalho pedagógico, aqui no RS disputamos vagas em escolas privadas e precisamos além de formação uma excelente prática e experiência comprovada.

Todo esse caos na educação gerou um grande e novo mercado comercial, o de faculdades, surgem muitas a cada dia, e nem todas estão preocupadas com a qualidade, mas sim em fornecer um diploma em menos tempo e por um preço que possa cobrir a concorrência.

As famílias de mais posses, por sua vez buscam escolas privadas que aprovem no vestibular, esquecendo que a educação é um processo, do qual resultados fazem parte e não existem por si só.

Falando em família, este é outro problema da sociedade, juntamente com a desigualdade. As famílias, não importando a classe social, estão em sua maioria desestruturadas e passando adiante, para a escola, as suas responsabilidades primordiais.

Para melhorar a educação é preciso reformular a sociedade e a mentalidade da sociedade, de modo geral. Podemos observar que ainda não existe receita para isto, devemos apenas fazer a nossa parte.

Mas, na educação em especial, penso que é urgente investir no professor, pois este em qualquer uma das instituições, está cada vez mais desgastado pela pressão e cobrança existente em sua profissão. Este professor trabalha diariamente com os membros desajustados desta sociedade, precisa se preocupar em fazer seu papel, ser gestor, psicólogo, educador e no nosso estado ganhando um salário miserável, no meu caso, fora dos padrões mostrados no texto.

Será que sou masoquista?

Não sei, mas ainda assim é maravilhoso trabalhar como educadora.



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