quarta-feira, novembro 29, 2006

:: ESC9 - TRABALHO EM GRUPO - GRUPO G



Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Escola, Cultura e Sociedade.
ECS 9 Versão Final.
Grupo G
Educação, Trabalho Infantil e Feminino.


Componentes do Grupo: Ilsa Berenice dos Santos Machado, Inês Cristina Tyska Nunes, Ivana Molina, Izolete Lazaroto da Silva, Neusa Teresinha Dias Teixeira, Rejane Petro de Oliveira, Rosana Gomes da Costa Porto, Rosane Rodrigues Beltrão.

Marx e Engels nunca escreveram um livro, texto ou artigo, especialmente sobre ensino e educação. Essas questões aparecem separadas ao longo de suas obras, em forma de referências e opiniões, porém, são opiniões consistentes e importantes e podem ser consideradas breves análises críticas ao capitalismo, porem, não são críticas imediatistas, pois estabelece um marco de referência bem distinto: ausência de classes, igualdade social, e ausência de relações de dominação.
No século XIX a falta de atenção às necessidades sociais da educação é própria dos primeiros anos do capitalismo, unida às dramáticas condições do trabalho feminino e infantil.Todos os socialistas utópicos e anarquistas confiaram no ensino e instrução, como instrumento de transformação, emancipação, libertação das condições opressoras dos indivíduos, Marx e Engels não ficaram alheios a isso.A divisão do trabalho e o modo de produção capitalista são o eixo sobre o qual se articulam as colocações de Marx e Engels sobre educação e ensino, estabelecendo uma divisão radical entre os tipos de atividades e tipos de aprendizagem.A divisão do trabalho tem como conseqüência a luta de classes, havendo a exploração que afeta a educação e a formação dos indivíduos.
O capitalismo exigiu uma crescente capacidade intelectual de todos os indivíduos, estendendo o sistema escolar, institucionalizando-o e aprofundando-o. Os índices de analfabetismo se reduzem drasticamente na medida em que as sociedades agrárias se transformam em indústrias. Neste caso, a proposta de Marx e Engels se move num horizonte bem concreto: criticar a atual instituição escolar e mudá-la.Degradação moral ocasionada pela exploração capitalista. Leis fabris confusas e ilusórias sobre as causas da educação, não assegurando o cumprimento de seus objetivos.
Esta lei estabelece que as crianças sejam encerradas, por determinado número de horas (3 horas) num ambiente chamado de escola, e que empregador receba por isso semanalmente, certificado subscrito por alguém que se qualifique como professor ou professora. Antes de 1844, os certificados eram subscritos com uma cruz por professores que não sabiam ler e escrever. A partir de 1844 o mestre de escola, como eram chamados os professores, tinha que escrever com seu próprio punho o número do certificado escolar. Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos, eram ambientes miseráveis e fétidos, onde as crianças não faziam absolutamente nada e não aprendiam nada, recebendo atestado de freqüência, pois o atestado de freqüência era o único objetivo pelo qual elas estavam na escola.Os donos de indústria não se mostravam favoráveis a dar emprego a meninos que freqüentassem a escola.Toda a criança antes de começar a trabalhar deve ter freqüentado a escola pelo menos durante 30 dias, não menos que 150 horas exigidos pela lei fabril. Os meninos alternavam o trabalho com a freqüência à escola, até atingirem 150 horas legais. Freqüentavam a escola quando seus empregadores não precisassem deles. Era comum se ausentarem da escola por um longo período e quando retornavam já tinham esquecido o pouco que aprenderam. Os garotos eram chutados da escola para o trabalho e do trabalho para a escola. Do sistema fabril, segundo Robert Owens, brotou o germe da educação do futuro que conjugará o trabalho produtivo de todos os meninos de uma certa idade, com o ensino e a ginástica, constituindo-se em método de elevar a produção social e de único meio de produzir seres humanos plenamente desenvolvidos.
A contradição entre a divisão manufatureira do trabalho e a natureza da indústria moderna se impõe de maneira poderosa.Ela se patenteia no terrível fato de grande parte dos meninos empregados serem explorados anos seguidos, sem aprender nada que os torne úteis mais tarde.Meninos de 11 a 17 anos trabalham horas seguidas, em alguns dias da semana chegam a trabalhar 36 horas consecutivas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. Grande parte deles não sabe ler e escrever, são criaturas embrutecidas, anormais e quando se tornam velhos para o trabalho, 17 anos, são despedidos e vão aumentar as fileiras do crime. É difícil arranjar-lhes colocação no mercado de trabalho devido à sua ignorância, degradação física e espiritual.Surgem as escolas técnicas que se desenvolvem espontaneamente na base da indústria moderna. Nas escolas técnicas os filhos dos operários recebem algum ensino tecnológico e são iniciados no manejo prático de diferentes instrumentos de produção.A indústria moderna desintegrou a base econômica familiar, e também velhas relações familiares. O direito da criança tinha de ser proclamado. Crianças de ambos os sexos precisavam ser mais protegidas, principalmente de seus pais, pois estes exerciam sobre seus filhos, autoridade arbitrária, nefasta, sem feio e sem controle.Pequena empresas, isentas das leis fabris, exploravam o trabalho infantil e feminino. As pequenas empresas ofereciam condições menos favoráveis à saúde, educação e melhoria geral do povo.
Já em 1840, fora nomeada uma comissão parlamentar para investigar as condições de trabalho das crianças. Seu relatório relatava o mais terrível quadro de avareza, egoísmo e crueldade por arte dos patrões e dos pais, e de miséria, degradação e destruição das crianças e adolescentes.
Fonte de referência: MARX & ENGELS. Textos sobre educação e ensino. São Paulo: Moraes, 1983.Pág.59 a 78.
Questões:
1 ) Segundo o texto, meninos entre 11 e 17 anos trabalhavam 14, 15 e 16 horas diárias. Em alguns dias da semana, 36 horas seguidas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. Alternavam a freqüência à escola com o trabalho. Geralmente freqüentavam a escola quando seus empregadores não precisassem deles. Eram chutados da escola para o trabalho e do trabalho para escola. Com base no texto relate uma situação de exploração do trabalho infantil no seu bairro, comunidade escolar que você trabalha, ou algum outro fato que tenha conhecimento através de notícias e documentários, mencionando como é a vida escolar dessas crianças.
2 ) Em 1840 a mão de obra feminina e infantil era explorada pelas pequenas empresas, por estas, estarem isentas de leis trabalhistas. Cite um fato que você já leu ou vivenciou sobre a exploração do trabalho feminino em sua escola, cidade ou país.
3 )Há uma lei no Estatuto da Criança e Adolescente que diz: É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.Será que essa lei é realmente cumprida na nossa sociedade?
4 )O Governo Federal instituiu a Bolsa Escola, uma ajuda para as famílias de baixa renda para manterem seus filhos na escola. Você acha que esse incentivo ajudou na permanência das crianças na escola, tirando-as das ruas e do trabalho a que tinham que se submeter precocemente para ajudar os pais?



:: Grupo D Síntese parcial


ECS 9- Marx II
GRUPO D
Síntese parcial - EDUCAÇÃO, TRABALHO INFANTIL E FEMININO


Considerações sobre o texto:

?O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família. Mais uma vez, um assunto bem atual. Apesar do distanciamento do tempo, mais de um século, parece que serve para hoje. Trabalho infantil e feminino, leis que protegem de um lado, mas também tiram seus proveitos. Será que daqui um século, esses problemas continuarão??
Cristina N.

?As pessoas viam o trabalho feminino como inferior. Conseqüentemente, a exploração e salário baixo existiam. For a a discriminação. Havia quem dissesse que se trabalhasse fora, não conseguiria cumprir as obrigações domésticas. Hoje, na maioria das vezes ainda é o homem quem ganha os meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras, mas atualmente não é assim. O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família.Apesar do distanciamento do tempo, mais de um século, parece que serve para hoje. Trabalho infantil e feminino, leis que protegem de um lado, mas também tiram seus proveitos.?
Daniela e Cristina N.

?Marx entende que a indústria tem seus favores históricos , no momento em que decompõe, multiplica e aperfeiçoa ou quando se usa da mão de obra de forma aberta, pois no século XVIII os diferentes ofícios foram mistérios para muitos e a indústria moderna introduz a tecnologia, mecânica, química e nunca considera ou torna definitiva a forma de processos de produção. É incansável e revolucionária. Entretanto o seu modo, capitalista, executa rigidamente a velha divisão do trabalho. Quando a indústria diz introduzir o trabalho feminino e infantil está simplesmente incorporando pessoas ao trabalho braçal, distorcendo a escola e eliminando a solidez e tranqüilidade do trabalhador. Trabalhador este de mão de obra restrita de função parcial e por este motivo supérflua e substituível, ficando a mercê da indústria e da própria vida
Todos os socialistas utópicos e anarquistas confiaram no ensino em instrução, como instrumento de transformação, emancipação, libertação das condições opressoras dos indivíduos.?
Cristina C. Cristiane, Maria Inês e Mário.
MARX & ENGELS; Textos sobre Educação e Ensino. 2ª.ed. São Paulo,




UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Curso de graduação em Pedagogia ? Anos Iniciais do Ensino Fundamental ? Modalidade à Distância

Interdisciplinar Escola Cultura e Sociedade / Atividade 9

Grupo letras H
Componentes do grupo: Andréia , Denise, Elizabeth, Jurema, Kátia, Ledi, Rosária, Roseane, Selva.



TEXTO VERSÃO FINAL

As teorias de Marx / Engels ultrapassaram os séculos e nos dias de hoje são visíveis a exploração da classe trabalhadora e o trabalho infantil é notícia constante nos veículos de comunicação.
Marx afirma que quanto menor for o tempo de formação profissional exigido por um trabalho, menor será o custo de produção do operário e mais baixo será o valor do seu salário. Isto mostra que sem formação profissional esse sujeito não é valorizado, mesmo que este exerça bem suas funções, seu salário não será compatível com a função que desempenha, não atendendo assim as necessidades básicas de um ser humano (escola, saúde, alimentação, vestuário...).
Marx diz que: ?a miséria não só ensina o homem a rezar, também ensina a pensar e atuar.? Concordamos que a necessidade leva o ser humano as vezes desistir da vida ou o impulsiona a lutar por melhores condições no mercado de trabalho, mas sem formação educacional e / ou profissional fica difícil competir no mercado de trabalho.
Hoje como no século passado o ensino é diferenciado nas várias partes do país, isso implica em uma melhor formação para quem possui condições financeiras. A classe pobre, operária privada do acesso ao ensino superior daquele tempo, luta ainda hoje por igualdade. Os governantes que não viam possibilidades de um ensino superior gratuito no nosso tempo abrem as portas para mil opções de Ensino Superior, resgatando a dignidade daqueles que foram excluídos.
Marx via a escola como um mercado capitalista, onde seus profissionais / mestres eram trabalhadores produtivos que não trabalhavam apenas para desenvolver a mente, mas também para enriquecer os donos de escolas, que, investiam seu capital numa fábrica de ensinar. O fato de não haver escolas suficientes e do estado não exigir que as crianças freqüentassem escola, a maioria delas bem como os trabalhadores, eram analfabetos (não sabiam ler nem escrever). A escola era somente para os que podiam pagar.
Preveu Marx uma ?escola pública do futuro? que ensinaria não apenas as ciências exatas, filosofia e sociologia, mas uma escola que considerasse o homem com suas histórias pessoais, cultura, religião... Enfim, que considerasse o homem como sujeito e com isso, o jovem cidadão do futuro passaria ser ?senhor de si mesmo?.
Com a aprovação da Lei da Educação Popular que garantia uma educação gratuita e atribuía ao Estado as responsabilidades pela formação de crianças, jovens e adultos em alguns países, continuaram a lutar pela educação superior para a classe menos favorecida.
O cidadão Marx afirmava que é necessário modificar as condições sociais para criar um novo sistema de ensino. Este ?modificar as condições sociais de todos os homens? via a necessidade criar um órgão que fiscalizasse as escolas públicas e garantisse a todas as crianças o direito à educação e que não fossem obrigadas a exercerem trabalho infantil.
Sem dúvida, Marx / Engels influenciaram nas teorias que hoje regem as leis educacionais e profissionais, mostrando que as escolas devem exercer sobre adultos, jovens e crianças o papel de ensinar a serem livres pensadores e terem liberdade de expressarem suas idéias.
Essa é a nossa tarefa enquanto educadores formarmos cidadãos livres, críticos, responsáveis e conscientes de seus papéis na sociedade onde vivem. Somos responsáveis pela formação educacional e social dos cidadãos onde atuamos como profissionais da educação.
Marx / Engels levantaram a seguinte questão que nos faz refletir: ?É suficiente o número de escolas??.
?Se o Estado exigisse que toda criança freqüentasse a escola, de onde surgiriam as escolas para todas elas??
Se esse era o pensamento no século passado, continua sendo nosso pensamento nos dias de hoje.


:: ECS Atividade 9 / GRUPO A


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia a Distância Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Disciplina: Escola, Cultura e Sociedade - Pólo de Alvorada
Profª: Vera Corazza
Atividade: ECS- atividade 9 versão final
Leitura da semana: Marx e Engels
(Textos sobre educação e ensino. São Paulo: Moraes, 1983).
Grupo: A ? Sistema de ensino e divisão do trabalho (pág.15 a 26)

Alunas:
Adriana Fraga Soares
Aline Bittencourt da Silva
Alexandra Stell Machado
Ana Cláudia Silveira Del Monego
Leonor Guszman Moraes
Lidiane Dias Tubino
Ligia Maria Bastos Steilein
Sandra Bartikoski da Rocha
Solange Molina Sentinger
Sueli Fonseca dos Santos


EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E TRABALHO
Marx e Engels

Introdução:

Para iniciarmos nossa caminhada falando sobre Marx e Engels é necessário que coloquemos alguns pontos a respeito desses dois pensadores. Embora tenham tido uma vivência literária e política, nunca escreveram juntos qualquer obra que tratasse sobre ensino e educação. Esses temas aparecem separadamente, mesmo assim não se pode levantar qualquer referimento a um sistema pedagógico e educativo elaborado e completo. Cabe também salientar que nenhum nem outro eram políticos pragmáticos realistas. [2]Suas afirmações sobre educação nos servem como norte para analisarmos as situações críticas sobre o capitalismo, sistema esse que serve de marco muito distinto, dando uma visão contrária á uma sociedade sem classes, na qual todos os cidadãos são iguais. A falta de atenção às necessidades da educação nos primeiros anos do capitalismo e que, infelizmente, se arrastam até hoje, unida as condições de trabalho da população operária, no trabalho infantil e feminino. Ainda hoje, acredita-se que a única forma de transformar a sociedade é através da educação. Somente a educação pode libertar o indivíduo da opressão e, assim desenvolver a razão.A divisão do trabalho substancial ao processo de implantação do modelo capitalista, é o eixo sobre o qual articulam-se as colocações de Marx e Engels, em torno do tema da educação e ensino, discutindo a divisão do trabalho manufatureiro ou industrial.Além dos temas por eles anteriormente, também está em decadência do ensino estatal.

Educação e Ensino (Marx e Engels)

As relações entre diferentes nações dependem do estágio de desenvolvimento das forças produtivas, da divisão do trabalho e das relações internas de cada uma delas, ou seja, princípio universalmente reconhecido, portanto a divisão do trabalho obriga em primeiro lugar a separação entre o trabalho industrial e comercial e o trabalho agrícola, que traz em conseqüência, entre a cidade e o campo e a oposição dos seus interesses e, devido a isso se assiste ao desenvolvimento de diversas subdivisões entre indivíduos que operam em trabalhos determinados.

Sistema de Ensino e Divisão do Trabalho

[1] A divisão do trabalho só passar a existir efetivamente a partir do momento em que se opera uma divisão entre trabalho serial e intelectual. Igualmente, a partir deste instante a divisão do trabalho se encontra em condições de emancipar do mundo e de passar, é formação de teoria ?pura?, da teologia, da filosofia da moral, etc. Isso acontece quando as forças das relações sociais entram em conflito com as forças produtivas existentes. Sendo assim, cabe ao estado moral e a consciência, ter uma prontidão em relação às contradições entre os pontos apresentados, é através da divisão do trabalho que se vê, efetivamente, a atividade intelectual e material. Com a divisão do trabalho, se desenvolvem todas essas contradições na família e sobre a divisão da sociedade em famílias isoladas, ocasionando assim, a distribuição do trabalho e seus produtos de forma desigual, iniciando-se a partir daí a propriedade, que tem como princípio à mulher e os filhos propriedades do homem. Com certeza, essa escravatura familiar é apenas o inicio da primeira propriedade, de resto, a divisão do trabalho e propriedade privada são expressões idênticas, na primeira, temos a atividade propriamente dita e na segunda o produto desta atividade.

[2] A divisão do trabalho trabalha com interesses diferentes: os interesses dos indivíduos ou da família singular e o interesse coletivo dos indivíduos que se relacionam entre si, não existem apenas universalmente, mas existem da dependência recíproca dos indivíduos entre os quais é partilhado o trabalho. Sendo assim, conclui-se que desde que os homens vivem em sociedade natural é verificada a diferença entre interesse particular e interesse comum, ou seja, quando a atividade é dividida de forma natural e não mais voluntariamente, a ação do homem transforma-se para ele em um poder estranho que o opõe e subjuga, portanto, ele é dominado pela ação e não mais o contrário. O efeito dessa ação impõe ao homem uma esfera de atividade exclusiva, da qual não pode mais sair, começa aí, a imposição de suas profissões, que passam a ser o meio de sua subsistência; A sociedade comunista apresenta uma forma diferente de aperfeiçoamento, podendo o indivíduo aperfeiçoar-se no campo que melhor lhe aprouver, não sendo obrigado, assim, a ter uma única atividade, é a sociedade que regula a produção geral e lhe possibilita que cada dia possa fazer uma atividade diferente, sem ter que fazer exclusivamente aquilo que lhe foi imposto.

[3] O poder social, ou a força produtiva, que dá vida à cooperação dos indivíduos, a qual é condicionada à divisão do trabalho, não se apresenta conforme diz o nome , pois essa cooperação, não é voluntária e natural, mas como um poder estranho , situado dentro do próprio indivíduo, e qual ele não tem poder sobre ela e nem sabe porque se apresenta e, que apresenta muitos estágios de desenvolvimento, sendo ela que dirige o lado para o qual a humanidade deve direciona-se. Essa alienação, só pode ser interrompida se for transformada num poder insuportável, onde o indivíduo de rebelará contra ela, por ser contrário a propriedade privada, e que se encontre contrário ao mundo de riqueza e de cultura sem existência real. Porém, o desenvolvimento das forças produtivas, traz uma condição prática previamente que apenas levará o homem à pobreza e a penúria, que o fará retomar a condição anterior. Somente através do desenvolvimento universal das forças produtivas que será possível estabelecer um intercâmbio universal entre os indivíduos, sendo assim poderá surgir mundialmente o fenômeno da massa privada de propriedade, tornando cada país concorrente universal, fazendo com que cada homem viva definitivamente a história mundial, em vez de ficarem vivendo exclusivamente uma esfera local.

[4] A força do trabalho é, portanto, a atividade que dá vida ao operário. Essa forma com que o operário mantém sua subsistência, vendendo seu trabalho a um terceiro é unicamente o que lhe permite viver. Trabalha para viver, para ele próprio, portanto, o trabalho lhe é um sacrifício, não um prazer, tornando assim, o produto de sua atividade uma mercadoria, pois o que produz não é para ele próprio. A única coisa que produz para si é o salário para sobreviver. Ele sobrevive, não vive, para ele a vida começa quando interrompe sua atividade, quando vai para casa descansar. Sabe-se, que nem sempre o trabalho foi assalariado, nem sempre foi uma mercadoria. O escravo por exemplo, não vendia sua força de trabalho, mas era vendido com sua força de trabalho, ele era a mercadoria. O escravo trabalhava, produzia e quem lucrava com seu trabalho era o dono, não ele. Analisando as colocações feitas, pode-se dizer que a mão de obra livre, vende a si próprio, por pedaços, aos grandes exploradores da terra, da fábrica, enfim, aos capitalistas, doando muitas horas de deu dia para suas fábricas, lavouras... O operário livre não pertence na realidade a um único dono, mas ao dono que puder pagar mais por seu trabalho, que de certa forma é escravo. É escravo, porque se torna uma marionete na mão do capitalista, que quando acha que ele não serve mais, o manda embora sem o menor pudor. Mas infelizmente ele faz parte, como escravo, dessa estrutura capitalista e burguesa.

[5] Assim como na cooperação, na manufatura, a coletividade de trabalhadores é uma forma de existência do capital, uma força produtiva que vem da combinação dos trabalhadores. Porém, enquanto a força produtiva deixava intacto o modo de trabalho individual, a manufatura transforma o trabalhador, mutilando-o, tornando-o um simples objeto da oficina do capitalista. Os pensamentos intelectuais e espirituais do operário não são considerados.

[6] Enquanto o trabalho cooperativo não mexe na estrutura do indivíduo, a manufatura apodera-se de sua força individual, tornando-o um indivíduo simplesmente instintivo, produtivo. O trabalhador da manufatura, incapacitado, só consegue produzir sua atividade para o capitalista. Na verdade, embora inconscientemente, ele é marcado com o nome de seu proprietário, seu dono, o capitalista.

[7] Na manufatura, acontece o empobrecimento do trabalhador e o enriquecimento do capitalista, por isso a manufatura prospera mais que o operário, tornando-o incapaz de exercitar-se intelectualmente, passa a ser uma criatura estúpida, ignorante, sendo reduzido ao pobre que trabalha, ou seja, a grande massa popular.Tomando isso como base A. Smith, propõe o ensino popular como a única forma de tornar o trabalhador um indivíduo pensante, capaz de transformar sua realidade. No entanto, G. Garnier, contrapõe dizendo que a instrução popular contraria as leis da divisão do trabalho, e adotá-la, seria mudar todo o sistema social. Valeria a pena? Manteria-se a divisão do trabalho? Para Marx, dividir o homem é executá-lo, assassiná-lo...sendo assim, a subdivisão do trabalho é o assassinato de um povo.

[8] A manufatura não exige esforço mental do trabalhador, somente físico, tratando-se de algo que causa muito aborrecimento, passando ele também a ser uma simples máquina, que não pode parar nunca de vigiar a máquina. Se não se derem por conta disso, serão facilmente engolidos pelo emburrecimento, restando-lhes somente esperar pelo seu fim. Mesmo assim, os operários perceberam isso, e, não só desenvolveram sua inteligência como aguçaram o sentimento de revolta e liberdade em relação a todo esse bitolamento. O sentimento de revolta e liberdade é o único sentimento que pode fazer com que o indivíduo saia da situação em que se encontra.A Rússia, tinha vantagem em ralação as grandes potências, pois apresentava duas instituições fortes para seus habitantes, o serviço militar obrigatório e a instrução elementar para todos. Mesmo que tivesse dificuldades em mantê-las, no papel, ao menos, existia, pois assim poderia ser apresentada a países que tivessem o mesmo tipo de população. Alguns capitalistas queixavam-se inclusive, que não podiam mais nem se aproveitar de operários que fossem mais desprovidos de conhecimentos escolares, e que os mesmos eram mais desenvolvidos intelectualmente.

Conclusão:

A divisão do trabalho em uma nação obriga em primeiro lugar a separação entre o trabalho industrial e comercial, e o trabalho agrícola; e, como conseqüência, a separação entre a cidade e o campo e a oposição de seus interesses.Cada novo estágio na divisão do trabalho determina, igualmente, as relações entre os indivíduos no que toca a matéria, aos instrumentos e ao produto do trabalho.Não se pode imaginar melhor método de embrutecimento do homem que o trabalho na fábrica, e se apesar de tudo, o operário não só salvou sua inteligência, também salvou a sua revolta contra a burguesia, essa revolta é o único sentimento que o trabalho lhe permite.Como os pensadores citados, pensamos que já melhorou muito, mas ainda existe essa dominação da burguesia sobre a classe operária e, o único jeito de mudar a situação, ainda é através da educação popular, que poderá transformar o homem em cidadão pensante e senhor de seu destino.

Sendo assim, perguntamos:

  1. Que influência exercemos, nós educadores, sobre nossos alunos, levando em consideração a realidade em que vivem?
  2. Em sala de aula, sabemos valorizar os saberes que nossos alunos trazem de casa, ou simplesmente nem os consideramos, fazendo com que sejam apenas mais uns objetos presentes na sala?
  3. A condição humana que nosso aluno traz para sala de aula, faz com que ele tenha condições de desenvolver-se igualitariamente?
  4. A escola pública, tem condições de formar cidadãos pensantes e senhores de seus destinos?
  5. Será que o governo, realmente tem interesse em formar cidadãos pensantes e transformadores?
  6. O que aconteceria em nosso país, se toda sua população fosse realmente escolarizada e autônoma em relação a seus pensamentos?


:: GRUPO D SÍNTESE FINAL ECS9


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PEDAGOGIA ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
DISCIPLINA: ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE
ATIVIDADE 9
GRUPO D: CRISTINA N., CRISTINA C., CRISTIANE R., DANIELA, MARIA INÊS., MARIA LUCIA., MÁRIO AUGUSTO.




Triste é ver que muito do que está contido no texto ainda ocorre no meio escolar. Os exemplos são vários. O sistema capitalista vem dando provas disto, basta ver a quantidade de crianças que andam pelas ruas fazendo todo tipo de trabalho para conseguir sobreviver. Daí decorre que muitos pais exploram seus filhos, é verdade, mas penso que por conta de um sistema cruel que não possibilita as mesmas oportunidades para todos. Lendo o texto podemos entender a escola que temos hoje, pois da maneira que foi constituída, não servia para outra coisa senão manter tudo no mesmo lugar, ou seja, quem é pobre deve continuar pobre e quem é rico deve continuar rico. Infelizmente essa discussão não passa por dentro dos meios escolares.
Muitas coisas continuam dentro da mesma dinâmica: a família sem instrução, sem escolaridade não consegue entender porque é necessário fazer planejamento familiar, tem muitos filhos e logo esses filhos passam a fazer parte da mão de obra que vai sustentar suas necessidades. Freqüentam a escola durante no máximo sete anos, abandonam e começam a trabalhar com seus pais, geralmente aprendendo o ofício do pai. Depois mais tarde voltam a estudar a noite, pois a firma está exigindo. Um aspecto interessante para reflexão que o texto coloca é sobre o tempo de formação de um profissional, seu valor remuneratório está vinculado ao tempo necessário para sua formação, ou seja, quanto menor for o tempo gasto na formação profissional de um trabalhador menor será o custo desta formação, portanto menor será seu salário. A comparação que quero fazer em relação à formação profissional, vem da experiência de alguns alunos que nos chegam à escola, no turno da noite, dizendo que é uma exigência da empresa em que trabalham terem no mínimo o primeiro grau completo. Ora, as empresas não estão pensando na qualificação de seus operários. Elas estão pensando nos certificados de qualidade total e outros certificados a fora, que vão lhes proporcionar algum tipo de status e com isso, vender ou prestar mais serviços aumentando seus lucros sem que haja aumento de salários para esses operários.
Falando um pouco das mulheres gostaria de dizer que a realidade hoje não é muito diferente daqueles tempos, e também podemos identificar alguns elementos de continuidade cultural, como por exemplo, o conceito de que a mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos enquanto o homem deve sair de casa para buscar o sustento da família. É verdade que a partir da década de 1960 as mulheres saíram às ruas para reivindicar seus direitos, com os movimentos feministas, mas elas estão mais perto do ponto de partida do que do ponto de chegada, infelizmente. São várias as alunas que iniciam o ano letivo e não terminam, pois os maridos acham que não há necessidade delas estudarem, pois como já disseram algumas ?para fazer faxina não precisa ter estudo professor, o meu marido falou?. Aqui nem se aventa a hipótese de estudar para ter conhecimento, ampliar os horizontes culturais. Estudar para poder ter um bom emprego ou melhorar o salário. Será que a escola só serve para isso mesmo?
De modo geral o texto nos mostra uma realidade cronológica distante, mas que é próxima pelas características econômico/sociais e as relações estabelecidas entre patrões e empregados. Nesse sentido podemos verificar o recrudecimento dessas relações, pois o aparato tecnológico utilizado hoje em dia pelas empresas, principalmente o comércio, transforma as pessoas em robôs, porque você só precisa saber apetar os botões certos. Que contracenso, uma pessoa que trabalha como caixa de supermercado, por exemplo, que lida com dinheiro, portanto deveria fazer cálculos, hoje não precisa saber nada de cálculo, pois tem uma máquina que faz tudo por ela. Ela só precisa saber ler os dados que a máquina fornece, receber o dinheiro, dar o troco sem fazer nenhum cálculo. A maioria dessas pessoas não sabe fazer cálculo sem ajuda de uma máquina. Quanto custa para formar uma pessoa para ocupar este posto de trabalho citado no exemplo acima? Buscando o entendimento do texto podemos percebe agora porque há tanta gente na fila para preencher uma vaga no comércio, certamente não é pelo sálario atrativo, mas pela necessidade que o mercado impõe. Ainda hoje suportamos o poder de quem nos oferece trabalho. E o papel da escola diante destas situações é possibilitar o aluno para que ele tenha o senso crítico desenvolvido, que seja capaz de buscar conhecimentos a seu favor.

Perguntas referentes ao texto:

1 Vivencias casos de trabalho infantil em tua escola?

2 Como se dá o processo de aprendizagem com estes alunos?

3 Reflita sobre as nossas condições como educadores em nossas escolas: Ambientes pequenos, salas superlotadas como depósitos de crianças e falta de recursos.



:: ECS Atividade 9 / GRUPO A


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia a Distância Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Disciplina: Escola, Cultura e Sociedade - Pólo de Alvorada
Profª: Vera Corazza
Atividade: ECS- atividade 9 versão inicial.
Leitura da semana: Marx e Engels
(Textos sobre educação e ensino. São Paulo: Moraes, 1983).
Grupo: A / Sistema de ensino e divisão do trabalho (pág.15 a 26)

Alunas:
Adriana Fraga Soares
Aline Bittencourt da Silva
Alexandra Stell Machado
Ana Cláudia Silveira Del Monego
Leonor Guszman Moraes
Lidiane Dias Tubino
Ligia Maria Bastos Steilein
Sandra Bartikoski da Rocha
Solange Molina Sentinger
Sueli Fonseca dos Santos



PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PARA DISCUSSÃO

Para iniciarmos nossa caminhada falando sobre Marx e Engels é necessário que coloquemos alguns pontos sobre eles. Embora tenha tido uma vivência literária e política, nunca escreveram junta qualquer obra que tratasse sobre ensino e educação. Esses temas aparecem separadamente, mesmo assim não se pode levantar qualquer menção a um sistema pedagógico e educativo elaborado e completo. Cabe também salientar que nenhum nem outro políticos pragmáticos realistas.Suas afirmações sobre educação nos servem como norte para analisarmos as situações críticas sobre o capitalismo, sistema esse que serve de marco muito distinto, dando uma visão contrária á uma sociedade sem classes, na qual todos os cidadãos sejam iguais. A falta de atenção ás necessidades da educação nos primeiros anos do capitalismo e que infelizmente se arrastam até hoje, unida as condições de trabalho da população operária, no trabalho infantil e feminino. Ainda hoje, acredita-se que a única e transformar a sociedade são através da educação. Somente a educação pode libertar o indivíduo da opressão e assim desenvolver a razão.A divisão do trabalho substancial ao processo de implantação do modelo capitalista é o eixo sobre o qual articulam-se as colocações de Marx e Engels, em torno do tema da educação e ensino, discutindo a divisão do trabalho manufatureiro ou industrial.Além dos temas por eles anteriormente também está em decadência o ensino estatal.As relações entre diferentes nações dependem do estágio de desenvolvimento das forças produtivas, da divisão do trabalho e das relações internas de cada uma delas, ou seja, princípio universalmente reconhecido, portanto a divisão do trabalho obriga em primeiro lugar a separação entre o trabalho industrial e comercial e o trabalho agrícola, traz em conseqüência, entre a cidade e o campo e a oposição dos seus interesses e, devido a isso se assiste ao desenvolvimento de diversas subdivisões entre indivíduos que operam em trabalhos determinados.A divisão do trabalho só surge efetivamente a partir do momento em que se opera uma divisão entre trabalho serial e intelectual, igualmente, a partir deste instante ela se encontra em condições de emancipar do mundo e de passar é formação de teoria? Pura, da teologia, da filosofia da moral, etc. Isso acontece quando as forças das relações sociais entram em conflito com as forças produtivas existentes. Sendo assim, cabe ao estado moral e a consciência ter uma prontidão em relação às contradições entre os pontos apresentados, é através da divisão do trabalho que se vê, efetivamente, a atividade intelectual e material. Com a divisão do trabalho, que desenvolve todas essas contradições que estabelecem a divisão do trabalho na família e sobre a divisão da sociedade em famílias isoladas, ocasionando assim a distribuição do trabalho e seus produtos de forma desigual, iniciando-se a partir daí a propriedade, que tem como princípio a mulher e os filhos propriedades do homem. Com certeza, essa escravatura familiar é apenas o inicio da primeira propriedade, de resto, a divisão do trabalho e propriedade privada são expressões idênticas, na primeira temos a atividade propriamente dita e na segunda o produto desta atividade.A divisão do trabalho trabalha com interesses diferentes: os interesses dos indivíduos ou da família singular e o interesse coletivo dos indivíduos que se relacionam entre si, não existem apenas universalmente, mas existem da dependência recíproca dos indivíduos entre os quais é partilhado o trabalho. Sendo assim, conclui-se que desde que os homens vivem em sociedade natural é verificada a diferença entre interesse particular e interesse comum, ou seja, quando a atividade é dividida de forma natural e não mais voluntariamente, a ação do homem transforma-se para ele em um poder estranho que o opõe e subjuga, portanto, ele é dominado pela ação e não mais o contrário. O efeito dessa ação impõe ao homem uma esfera de atividade exclusiva, da qual não pode mais sair, começa aí, a imposição de suas profissões, que passam a ser o meio de sua subsistência; A sociedade comunista apresenta uma forma diferente de aperfeiçoamento, podendo o indivíduo aperfeiçoar-se no campo que melhor lhe aprouver, não sendo obrigado, assim, a ter uma única atividade, é a sociedade que regula a produção geral e lhe possibilita que cada dia possa fazer uma atividade diferente, sem ter que fazer exclusivamente aquilo que lhe foi imposto.O poder social, ou a força produtiva, que dá vida à cooperação dos indivíduos, a qual é condicionada à divisão do trabalho, não se apresenta conforme diz o nome, pois essa cooperação, não é voluntária e natural, mas como um poder estranho, situado dentro do próprio indivíduo, e qual ele não tem poder sobre ela e nem sabe porque se apresenta e, que apresenta muitos estágios de desenvolvimento, sendo ela que dirige o lado para o qual a humanidade deve direciona-se. Essa alienação, só pode ser interrompida se for transformada num poder insuportável, onde o indivíduo de rebelará contra ela, por ser contrário à propriedade privada, e que se encontre contrário ao mundo de riqueza e de cultura sem existência real. Porém, o desenvolvimento das forças produtivas, traz uma condição prática previamente que apenas levará o homem à pobreza e a penúria, que o fará retomar a condição anterior. Somente através do desenvolvimento universal das forças produtivas que será possível estabelecer um intercâmbio universal entre os indivíduos, sendo assim poderá surgir mundialmente o fenômeno da massa privada de propriedade, tornando cada país concorrente universal, fazendo com que cada homem viva definitivamente a história mundial, em vez de ficarem vivendo exclusivamente uma esfera local.A força do trabalho é, portanto, a atividade vital do operário. Essa forma com que o operário mantém sua subsistência, vendendo seu trabalho a um terceiro é unicamente o que lhe permite viver. Trabalha para viver, para ele próprio, portanto, o trabalho lhe é um sacrifício, não um prazer, tornando assim, o produto de sua atividade uma mercadoria, pois o que produz não é para ele próprio. A única coisa que produz para si é o salário para sobreviver. Ele sobrevive, não vive, para ele a vida começa quando interrompe sua atividade, quando vai para casa, poder descansar. Sabe-se, que nem sempre o trabalho foi assalariado, uma mercadoria. O escravo, por exemplo, não vendia sua força de trabalho, mas era vendido com sua força de trabalho, ele era a mercadoria. O escravo trabalhava, produzia e quem lucrava com seu trabalho era o dono, não ele. Analisando as colocações feitas, pode-se dizer que a mão de obra livre vende a si próprio, por pedaços, aos grandes exploradores da terra, da fábrica, enfim, aos capitalistas, doando muitas horas de deu dia para suas fábricas, lavouras... O operário livre não pertence na realidade a um único dono, mas ao dono que puder pagar mais por seu trabalho, que de certa forma é escravo. È escravo, porque se torna uma marionete na mão do capitalista, que quando acha que ele não serve mais, o manda embora sem o menor pudor. Mas infelizmente ele faz parte, como escravo, dessa estrutura capitalista e burguesa.Assim como na cooperação, na manufatura, a coletividade de trabalhadores é uma forma de existência do capital, uma força produtiva que vem da combinação dos trabalhadores. Porém, enquanto a força produtiva deixava intacto o modo de trabalho individual, a manufatura transforma o trabalhador, mutilando-o, tornando-o um simples objeto da oficina do capitalista. Os pensamentos intelectuais e espirituais do operário não são considerados.Enquanto o trabalho cooperativo não mexe na estrutura do indivíduo, a manufatura apodera-se de sua força individual, tornando-o um indivíduo simplesmente instintivo, produtivo. O trabalhador da manufatura, incapacitado, só consegue produzir sua atividade produtiva para o capitalista. Na verdade, embora inconscientemente, ele é marcado com o nome de seu proprietário, seu dono, o capitalista.Na manufatura, acontece o empobrecimento do trabalhador e o enriquecimento do capitalista, por isso a manufatura prospera mais que o operário, tornando-o incapaz de exercitar-se intelectualmente, passa a ser uma criatura estúpida, ignorante, sendo reduzido ao pobre que trabalha, ou seja, a grande massa popular.Tomando isso como base Smith, propõe o ensino popular como a única forma de tornar o trabalhador um indivíduo pensante, capaz de transformar sua realidade. No entanto, G. Garnier contrapõe dizendo que a instrução popular contraria as leis da divisão do trabalho, e adotá-la, seria mudar todo o sistema social. Valeria a pena? Manteria-se a divisão do trabalho? Para Marx, dividir o homem é executá-lo, assassiná-lo...Sendo assim, a subdivisão do trabalho é o assassinato de um povo.A manufatura não exige esforço mental do trabalhador, somente físico, tratando-se de algo que causa muito aborrecimento, passando ele também a ser uma simples máquina, que não pode parar nunca vigiar a máquina. Se não se derem por conta disso, serão facilmente engolidos pelo emburrecimento, restando-lhes somente esperar o seu fim. Mesmo assim, os operários perceberam isso, e, não só desenvolveram sua inteligência como aguçaram o sentimento de revolta e liberdade em relação a todo esse bitolamento. O sentimento de revolta e liberdade é o único sentimento que pode fazer com que o indivíduo saia da situação em que se encontra.A Rússia tinha vantagem em ralação as grandes potências, pois apresentava duas instituições fortes para seus habitantes, o serviço militar obrigatório e a instrução elementar para todos. Mesmo que tivesse dificuldades em mantê-las, no papel, ao menos, existia, pois assim poderia ser apresentada a países que tivessem o mesmo tipo de população. Alguns capitalistas queixavam-se inclusive, que não podiam mais nem se aproveitar de operários que fossem mais desprovidos de conhecimentos escolares, e que os mesmos eram mais desenvolvidos intelectualmente.Pensamos que já melhorou muito, mas ainda existe essa dominação da burguesia sobre a classe operária e, o único jeito de mudar a situação, ainda é através da educação popular, que poderá transformar o homem em cidadão pensante e senhor de seu destino.

Sendo assim, perguntamos:
  1. Que influência exercemos, nós educadores, sobre nossos alunos, levando em consideração a realidade em que vivem?
  2. Em sala de aula, sabemos valorizar os saberes que nossos alunos trazem de casa, ou simplesmente nem os consideramos, fazendo com que sejam apenas mais uns objetos presentes na sala?
  3. A condição humana que nosso aluno traz para sala de aula faz com que ele tenha condições de desenvolver-se igualitariamente?
  4. A escola pública tem condições de formar cidadãos pensantes e senhores de seus destinos?
  5. Será que o governo, realmente tem interesse em formar cidadãos pensantes e transformadores?
  6. O que aconteceria em nosso país, se toda sua população fosse realmente escolarizada e autônoma em relação a seus pensamentos?


:: ESC 9 - GRUPO F


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Curso: Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Disciplina: Escola, Cultura e Sociedade
Nº da Atividade: ECS 9
Pólo: Alvorada
Profª : Vera Corazza
Componentes do Grupo: Evanice S. Mendes Loch, Gisele Mª da Silva Martins, Glauber
Henrique de Moraes, Iliana R. de Souza Petrecheli, Marion
Lopes dos Santos Castro, marivani Kirsch, Marlene R. Ferreira,
Nair Marili.
ECS 9 - Síntese do texto - Grupo F

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E TRABALHO


O problema sobre se é possível atribuir ao pensamento humano uma verdade objetiva não é um problema teórico, mas sim prático. É na prática que o homem deve demonstrar a verdade, a realidade e o poder, a de seu pensamento.
Para Marx a teoria materialista da mudança das circunstâncias e da educação esquece que as circunstâncias fazem mudar os homens e que o educador necessita ser educado.
Segundo Marx a coincidência da mudança das circunstâncias com a da atividade humana ou mudança dos próprios homens, pode ser concedida e entendida racionalmente como prática revolucionária.
Quanto ao que se refere ao conteúdo de si próprio como criatura, todas as qualidades são dadas, e pouco lhe importa de onde vêm. Para Stimer, apenas se desfaz de uma qualidade através de outra, isto é, do domínio que esta ?outra? exerce sobre as demais. Na prática só é possível na medida em que esta outra qualidade possa também desenvolver-se livremente de maneira igual uma totalidade de qualidades.
É, absurdo supor, com Marx, que seja possível satisfazer uma paixão isolando-a de todas as outras, que seja possível satisfaze-la sem se satisfazer a si próprio como indivíduo vivo integral.
A causa não está na consciência, mas no ser. Não no pensamento, mas na vida; a causa esta na evolução e na conduta empírica do indivíduo que, dependem das condições universais.
O pensamento de cada indivíduo não pode ser absoluto, mas sim mutável e formado por um conjunto de idéias, leituras e vivências. Assim o pensamento torna-se global e não somente individual.
Ele abrange as circunstâncias variadas e pode-se tornar passageiro ou contínuo. Os limites dos pensamentos não podem e não devem limitar-se aos limites materiais, o pensamento deve servir como uma porta que se abre para o mundo externo, onde cada ser busque o que lhe falta, ou encontre novas formas de pensar quebrando a sua rotina.
Esse processo vai além da compreensão de Stiner, pois ele passa pela evolução do mundo e da participação do indivíduo no local onde ele vive.
O indivíduo para superar as sua limitações locais deve buscar condições para sair do local onde se encontram, realizando trocas entre "ele" e o "mundo", não isolando-se mas integrando-se.
O Estado deve ser ?ele? e não deve estar vinculado a religião e seus dogmas. Deve estabelecer, suas leis e governar-se, não deixando que a religiosidade o domine.O Estado se libera e age politicamente sobre o seu próprio arbítrio.
Conclui-se que o homem ao libertar-se politicamente acaba por esquecer a religião, assim, fazendo coisas desnecessárias. Mas ao mesmo tempo continua ligado a religião, pois será difícil tornar um Estado totalmente ateu. O Estado é que comanda a forma de liberdade do homem. O homem é totalmente afetado com o desenvolvimento da política. Para a política não é necessário ter dinheiro para ter uma propriedade privada, mas a política pode destruir a sua propriedade. O Estado trata todos os elementos da vida real, sobre o seu ponto de vista, sem atender as diferenças. O homem na sua imediata realidade, na sociedade civil, é um ser profano.
A maneira de pensar e de ser do homem podem ser diferentes mas estão ligadas uma a outra. Ele é um ser finito e por ser finito está limitado no desejo de ter.
Diz Marx que o homem está aberto para o mundo do "querer ter" e que se tornou escravo desse desejo de possuir, mas deve se voltar para a sua riqueza interior. Que o homem deve fazer uso do que lhe pertence, por isso ele se afirma no mundo dos sentidos.
O homem em sociedade se faz ele mesmo objeto para afirmar sua individualidade no meio em que vive.
Os sentidos do homem social são diferentes do homem não social. Somente a objetividade e a sensibilidade desenvolvidas no ser humano os tornam capazes de ouvir a música e ver a beleza da forma.
A objetivação da essência humana, tanto no sentido teórico como prático, é necessário para tornar humano o sentido do homem, e para criar o sentido humano à riqueza plena da essência humana e natural.
O homem se afirma no mundo objetivo, porque ele, não é só pensamento, mas ser objetivo real.
Marx afirma que se considerarmos a sociedade formada por um único indivíduo, o trabalho necessário será a soma de todas as funções particulares de cada atividade. Então, ele (indivíduo) deveria dedicar-se da agricultura à construção de meios de comunicação e transporte. Logo, estas necessidades são determinadas pela quantidade de trabalho aplicado com fins diversos e gastos em atividades diversas.
O tempo de trabalho depende da quantidade dos fatores de produção (ou seja, do conjunto dos meios de produção e da força de trabalho), que uma vez postos em prática, tornam-se responsáveis pela criação de mercadorias possuidoras de valores de uso e de troca.
O valor da troca e uma divisão do trabalho (mesmo em função da troca) pressupõem que o tempo de trabalho de cada indivíduo seja determinado pelas diversas funções necessárias do processo produtivo e não em decorrência do indivíduo que efetue os diferentes trabalhos utilizando seu tempo de trabalho de formas diversas.
Sobre a base de valor de troca, coloca-se que toda a atividade materializada e particular, bem como o tempo de trabalho especificado e objetivado, resulta em um particular. E, por sua vez, poderá ser trocado por outro produto. Para facilitar esta relação de troca, um produto único para medir os valores de todos os outros deve ser empregado, este produto é o dinheiro. O dinheiro é conceituado como o símbolo do tempo de trabalho geral, e pode ser trocado por qualquer outro produto, ou seja, tempo de trabalho específico.
Uma necessidade é variável, pois tanto as necessidades quanto os produtos e as diversas capacidades de trabalhos, foram criadas em quantidades variáveis. Ou seja, quanto mais necessárias parecem as necessidades maior é o grau de desenvolvimento da riqueza real.
O capital, ainda que limitado por sua natureza, tende a um desenvolvimento universal dos fatores de produção, buscando novos e modernos meios de produção, não baseados unicamente no desenvolvimento de uma força produtiva que somente reproduza ou amplie a base existente, mas onde o desenvolvimento livre, sem obstáculos, progressivo e universal dos fatores da produção será a condição da sociedade, procurando assim, a superação do ponto de partida.
Segundo a crença de Marx, existia uma tendência universal do capital aparecer como uma forma transitória, pois segundo ele, todas as formas de sociedade haviam sucumbido da riqueza, ou seja, ao desenvolvimento das forças produtivas, isto não se confirmou.
Ainda, segundo as idéias de Marx, com o desenvolvimento das forças produtivas,e das forças unidas ao crescente comércio entre os indivíduos, ocorreria a dissolução, não só das condições econômicas que sustentam a comunidade, como também das relações políticas, da religião, o caráter, da concepção, etc, dos indivíduos.
Somente o desenvolvimento da ciência, ou seja, uma forma do desenvolvimento das forças produtivas humanas (riqueza), teria bastado para dissolver uma comunidade.
Para Marx, toda limitação de consciência está ligada a um grau determinado de desenvolvimento das forças produtivas. A evolução não se fixa em uma base antida a menos que esta se amplie. O ponto máximo de desenvolvimento desta base é atingido quando é obtido um maior grau de elaboração, maior evolução das forças produtivas e conseqüentemente o mais amplo desenvolvimento dos indivíduos. Alcançado este grau máximo de desenvolvimento, toda evolução posterior é decadente. Logo, para se ter um novo desenvolvimento, este será fixado em uma nova base.
O capital supõe o desenvolvimento universal das forças produtivas (riqueza) e a transformação de sua base como condição de sua reprodução. O valor de troca não exclui nenhum valor de uso. Então, cada nível de desenvolvimento das forças produtivas sociais, da circulação, etc, são barreiras a serem superadas.
A limitação do capital, conforme o exposto até aqui, se deve ao seu desenvolvimento. A elaboração das forças produtiva, a riqueza universal, etc, aparecem como alienação do trabalhador, creditada as condições por ele criadas, como riqueza alheia, o que causa sua pobreza.
Esta forma contraditória é transitória, resultando que o capital tenda a criar uma base que contém a base do mercado mundial e nela se encontre a possibilidade do desenvolvimento universal do indivíduo, onde cada barreira é constantemente superada, remetendo a conclusão que nenhum limite pode ser considerado como sagrado.
Para Marx todas as formas anteriores de propriedade condenam boa parte da humanidade a ser escrava, vendo-a como mero instrumento de trabalho e que a evolução histórica e política, etc ocorrem somente em esferas acima da classe trabalhadora. O capital aprisiona o progresso histórico colocando-o a serviço da riqueza.
Adam Smith acreditava que um indivíduo em plenas condições de saúde (mental e física) sentiria necessidade de interromper seu repouso para concluir uma atividade, onde "repouso" para Marx seria, em troca, o estado correspondente a " felicidade", à "liberdade".
As condições exteriores, o fim a ser alcançado e os obstáculos a serem superados pelo trabalho determinam a quantidade de trabalho a ser produzida, mas a atividade da liberdade consiste em além de superar esses obstáculos é preciso despojar os fins exteriores de seu caráter de pura necessidade natural para colocá-los como fins, onde o indivíduo a transformará em realização e objetivação, ou seja, a liberdade real, cuja atividade é o trabalho.
Todo o trabalho forçado, imposto leva a escravidão, servidão onde o não-trabalho é visto como "liberdade e felicidade". Quando o trabalho consegue restaurar as condições subjetivas e objetivas, tornando-o atrativo e onde o homem de realiza, não sendo necessariamente de fácil realização é um trabalho verdadeiramente livre.
O trabalho só pode se emancipar, dentro da produção material, quando seu conteúdo social seja assegurado e revista-se de um caráter científico e apareça diretamente como tempo de trabalho geral.
"Somente o trabalho produz; é a única substância que dá valor aos produtos".

Questões:
1) A LDB, sofreu alterações uma delas a ampliação do ensino fundamental para nove anos de estudo, como ficará o ensino em nossas escolas, sobre o ponto de vista de Marx?

2) Será que a educação infantil sofrerá mudanças e corte em seu financiamento em relação a criação do novo 1º ano?

3) Como a rede de ensino vem qualificando seus professores, e será que as escolas sofrerão mudanças em suas infra-estruturas para receber esses novos alunos do 1º ano?

4) Como acolher com qualidade de ensino todos os alunos em idade escolar, do bairro que estão fora da escola, se já está difícil atender os que estão na escola?

5) Que tipo de parceria entre empresas e Estado, seria possível para trazer tecnologias às salas de aulas em comunidades carentes? Esta seria sem dúvida uma maneira da empresa privada cumprir o seu papel na sociedade?

6) Karl Marx, pensa muito em classe trabalhadora marginalizada, mas o que pensaria ele hoje dos nossos chefes de família desempregados, cujos os filhos vão à escola mais por um prato de comida do que pela expectativa de melhora de vida?



Bibliografia: MARX, Karl; ENGELS, Friderich. Textos sobre educaçãoe ensino. São Paulo:Moraes, 1983.


:: ESC - 9 Grupo D


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PEDAGOGIA ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE
Atividade 9
Grupo D: Cristina N., Cristina C., Cristiane R., DanielaA., Maria Inês, Maria Ledi, Maria Tatiana, Mário Augusto


Educação, trabalho infantil e feminino

As pessoas viam o trabalho feminino como inferior. Conseqüentemente, exploração e salário baixo existiam. Fora a discriminação. Havia quem dissesse que se trabalhasse fora, não conseguiria cumprir as obrigações domésticas.
O texto termina com o parágrafo ?Hoje, na maioria das vezes, ainda é homem quem ganha os meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras.? Mas hoje não é assim. O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família.
Mais uma vez, um assunto bem atual. Apesar do distanciamento do tempo, mais de um século, parece que serve para hoje. Trabalho infantil e feminino, leis que protegem de um lado, mas também tiram seus proveitos. Será que daqui um século, esses problemas continuarão?

Marx e Engels nunca escreveram um livro, texto ou artigo, especialmente sobre ensino e educação. Essas questões aparecem separadas ao longo de suas obras, em forma de referências e opiniões, porém, são opiniões consistentes e importantes e podem ser consideradas breves análises críticas ao capitalismo, porem, não são críticas imediatistas, pois estabelece um marco de referência bem distinto: ausência de classes, igualdade social, e ausência de relações de dominação.
No século XIX a falta de atenção às necessidades sociais da educação é própria dos primeiros anos do capitalismo, unida às dramáticas condições do trabalho feminino e infantil.
Todos os socialistas utópicos e anarquistas confiaram no ensino e instrução, como instrumento de transformação, emancipação, libertação das condições opressoras dos indivíduos, Marx e Engels não ficaram alheios a isso.
A divisão do trabalho e o modo de produção capitalista são o eixo sobre o qual se articulam as colocações de Marx e Engels sobre educação e ensino, estabelecendo uma divisão radical entre os tipos de atividades e tipos de aprendizagem.
A divisão do trabalho tem como conseqüência a luta de classes, havendo a exploração que afeta a educação e a formação dos indivíduos.
O capitalismo exigiu uma crescente capacidade intelectual de todos os indivíduos, estendendo o sistema escolar, institucionalizando e aprofundando.Os índices de analfabetismo se reduzem drasticamente na medida em que as sociedades agrárias se transformam em indústrias. Neste caso, a proposta de Marx e Engels se move num horizonte bem concreto: criticar a atual instituição escolar e mudá-la.
Degradação moral ocasionada pela exploração capitalista. Leis fabris confusas e ilusórias sobre as causas da educação, não assegurando o cumprimento de seus objetivos.
Antes de 1844, os certificados eram subscritos com uma cruz por professores que não sabiam ler e escrever. A partir de 1844 ?o mestre de escola? como eram chamados os professores, tinha que escrever com seu próprio punho o número do certificado escolar. Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos, eram ambientes miseráveis e fétidos, onde as crianças não faziam absolutamente nada e não aprendiam nada, recebendo atestado de freqüência, pois o atestado de freqüência era o único objetivo pelo qual elas estavam na escola. Esta lei estabelece que a crianças sejam encerradas, por determinado número de horas (3 horas) num ambiente chamado de escola, e que empregador receba por isso semanalmente, certificado subscrito por alguém que se qualifique como professor ou professora. Com isso, houve muitas denúncias sobre o papel real da escola. Muitas crianças dentro de um pequeno espaço, com ?o mobiliário escolar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera viciada e fétida exerce efeito deprimente sobre as infelizes crianças.?
Os donos de indústria não se mostravam favoráveis a dar emprego a meninos que freqüentassem a escola.
Toda a criança antes de começar a trabalhar deve ter freqüentado a escola pelo menos durante 30 dias, não menos que 150 horas exigidos pela lei fabril. Os meninos alternavam o trabalho com a freqüência à escola, até atingirem 150 horas legais.
Meninos de 11 a 17 anos trabalham horas seguidas, em alguns dias da semana chegam a trabalhar 36 horas consecutivas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. E o que acontece na indústria fabril, acontece na sociedade. Aconteceu e acontece até hoje. Depois que o aprendiz chega ao ponto máximo da sua produção, não tendo mais para onde evoluir, é mandado embora. Aí, cresce o desemprego e, conseqüentemente, a criminalidade.
Pequenas empresas, isentas das leis fabris, exploravam o trabalho infantil e feminino. As pequenas empresas ofereciam condições menos favoráveis à saúde, educação e melhoria geral do povo. A degradação moral ocasionada pela exploração capitalista do trabalho das mulheres e das crianças foi descrita por Engels em uma de suas obras. O Parlamento Inglês criou uma lei para permitir o emprego produtivo de crianças de menores de 14 anos nas indústrias fabris. Uma lei ilusória, que ostentando o pretexto de cuidar da instrução das crianças, não continha nenhum dispositivo que assegurasse isto.
O desenvolvimento histórico da indústria moderna criou a necessidade de generalizar a lei fabril a toda produção social, criando, assim, leis que protejam verdadeiramente as crianças a fim de não serem exploradas. E em 1867, essa lei é criada. Só que por um lado, tem má fé nessa lei. Os problemas continuam e o trabalho feminino aparece. A indústria moderna desintegrou a base econômica familiar, e também velhas relações familiares. O direito da criança tinha de ser proclamado. Crianças de ambos os sexos precisavam ser mais protegidas, principalmente de seus pais, pois estes exerciam sobre seus filhos, autoridade arbitrária, nefasta, sem feio e sem controle.
Considerando o mundo atual, é natural que crianças e adolescentes, de ambos os sexos, cooperem com a produção e trabalhem. Porém, isso é inaceitável.
Qualquer criança pode ser produtiva a partir dos nove anos, porém sem excessos e explorações.
Três categorias de crianças, conforme seu trabalho:
1ª) Nove aos doze anos: duas horas de trabalho;
2ª) Treze aos quinze anos: quatro horas;
3ª) Dezesseis aos dezessete: seis horas, com uma hora para a comida e o descanso.
Crianças podem trabalhar, podem contribuir em casa ou em fábrica, mas deve ser moderado esse trabalho. A idéia do trabalho, de fazer-se útil tem de começar desde cedo.
Essa divisão deve corresponder a um curso graduado e progressivo para sua educação intelectual, corporal e politécnica.
A sociedade não pode permitir que pais e patrões empreguem crianças e adolescentes, a menos que se combine este trabalho produtivo com a educação.
Por educação, entendem-se três coisas:
1. Educação intelectual.
2. Educação corporal: exercícios físicos.
3. Educação tecnológica: aplique os conhecimentos na prática, no manejo de ferramentas dos diferentes ramos industriais.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Textos sobre Educação e Ensino. 2ª.ed. São Paulo: Moraes, 1983. Educação, trabalho infantil e feminino (p.59 a 78)
Questões:
1)O texto termina com o parágrafo ?Hoje, na maioria das vezes, ainda é homem quem ganha os meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras.? Mas hoje não é assim. O homem pode contribuir para o sustento da família, mas a mulher participa muito, trazendo, muitas vezes, o maior rendimento da família. Hoje em dia a mulher tem um papel importante no sustento da família. Relacione as falhas na aprendizagem das crianças e comportamentos inadequados na Escola com o tempo reduzido das mães para ajudar na base da educação de seus filhos.
2)No texto o autor cita que ?Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos...? ?Com isso, houve muitas denúncias sobre o papel real da escola. Muitas crianças dentro de um pequeno espaço, com o mobiliário escolar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera viciada e fétida exerce efeito deprimente sobre as infelizes crianças.? Reflita sobre as nossas condições como educadores em nossas escolas: ambientes pequenos, salas superlotadas como depósitos de crianças e falta de materiais freqüentemente.



terça-feira, novembro 28, 2006

:: ECS 9 LETRA C


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Escola, Cultura e Sociedade
ECS 9- Trabalho em grupo Letra C - Versão Final
Componentes do grupo
: Carla Adriani Drago Dinnbier, Carla Cristine Finato, Carmem V.Wichrowski, Chaine Mello Rodrigues, Maria Beatriz lemos Dornelles, Maria Beatriz Santos Guterres, Maria Fernanda da Silva Martins, Maria Gabriela Ferreira Sargenti
Pólo de Alvorada
Professora Vera Corazza


Síntese e análise dos capítulos Introdução e Ensino, Ciência e Ideologia

Introdução

Marx e Engels não publicaram nenhuma obra específica sobre Educação nem formularam nenhuma teoria pedagógica. Criticavam o Capitalismo e , como conseqüência, abordavam questões educativas. Seria através da Educação que as classes trabalhadoras poderiam desenvolver a consciência e a razão.
Para a conquista de uma sociedade igualitária e sem relações de dominação era necessária a emancipação social do indivíduo. Ambos criticavam a alienação trazida pela Igreja e, pela dominação capitalista.

ENSINO, CIÊNCIA E IDEOLOGIA

Engels coloca que há uma divisão do domínio do conhecimento em três grandes seções.
A primeira trata das ciências que se ocupam da natureza inanimada e que podem ser tratadas, de certa forma, matematicamente.(Matemática, Astronomia, Mecânica, Física, Química)
Engels questiona a exatidão destas ciências. Considera as verdades trazidas, não absolutas e justifica sua opinião, trazendo alguns exemplos onde, com o passar do tempo, os fatos científicos puderam ser reconsiderados e resignificados.
A segunda seção se refere às ciências que tratam do estudo dos organismos vivos. Ele traz a convicção de que pouco se sabia a respeito dos seres vivos e de sua constituição orgânica.
Por último, fala sobre as Ciências Históricas: ?... quando excepcionalmente se consegue conhecer o encadeamento íntimo das formas de existências sociais e políticas de um período, isso só se verifica normalmente quando essas formas já se encontram a meio de sua existência, quando estão a caminho do declínio. Neste caso, o conhecimento é essencialmente relativo, pois se limita a compreender o encadeamento e as conseqüências de certas formas de sociedade e Estado só existentes em determinado tempo e em determinados povos e transitórios por natureza?. A partir da reflexão e questionamentos sobre as ditas ciências, conclui que a verdade não é absoluta, nem eterna.

Engels contrapõe as ?modernas ciências naturais? ao que chama de intuições filosóficas sobre a natureza e às descobertas realizadas pelos árabes. Segundo ele, as Ciências naturais iniciaram na época da Reforma. Um novo mundo começava a se configurar trazendo rupturas com o antigo. Os indivíduos se acharam dominados por um espírito de aventura.Não eram escravos do trabalho, participavam ativamente da sua condição de ?ser político?. O clero perdeu o monopólio da leitura e da escrita.Copérnico separou Ciência e Teologia. Entretanto, segundo Engels, em Dialética da Natureza,os progressos observados a partir desta época traziam questionamentos e novas hipóteses em relação à concepção da natureza mas, ainda no presente, idéias equivocadas continuam a ser ensinadas em muitas escolas. Através de suas idéias e teorizações sobre as mesmas Marx e Engels questionaram verdades dadas como absolutas possibilitando que os indivíduos refletissem e questionassem sua condição e as relações existentes entre as classes.


Referências Bibliográficas:

MARX & ENGELS. Textos sobre educação e ensino. São Paulo: Moraes, 1983.


Questões:
1
-Que relação poderíamos fazer com nossos alunos, a partir da afirmação de que ?nenhuma verdade é absoluta??
2-Refletindo sobre nosso contexto atual, de que forma poderíamos trabalhar criticamente com o ensino de Ciências, em classes de Séries iniciais?
3-Partindo das idéias de dominantes e dominados como poderíamos, por exemplo, conversar sobre as idéias essenciais através da análise da hora do recreio em uma escola de classes regulares? Que situações poderiam ser trazidas para análise e reflexão juntamente com os alunos?


:: ECS Atividade 9


Reformulando a última postagem, no dia 25 de novembro de 2006 após encontro presencial realizado pelo Seminário Integrador reuniu-se o grupo ( Evanice Schanath Loch , Gisele Maria da Silva Martins, Iliana Regina de Souza Petrecheli, Marion Lopes dos SantosCastro, Marivani Bridi Kirsch, Marlene Rodrigues Ferreira, Nair Marili Monroe Gonçalves), faltando apenas o colega Glauber Henrique Moraes para a organização e realização deste trabalho , que seria a leitura e síntese do texto Educação Formação E Trabalho de Karl Marx . Sendo que o grupo terá como prazo, para postar seus comentários no webnote da colega Marlene até o dia 28 de novembro.



segunda-feira, novembro 27, 2006

:: referências e citações


Quando utilizamos fontes de pesquisa, sejam elas qualquer tipo de documento - texto, imagem, áudio, vídeo etc. - e estejam elas em livros, revistas, sítios etc. devemos fazer a referência na forma correta. O padrão estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o mais usado no Brasil.

É, também, o padrão exigido pela UFRGS nos trabalhos acadêmicos. Na Biblioteca da FACED podem ser encontrados exemplares da Norma para consulta e, na página da biblioteca existem textos explicativos sobre citações e referências.

Links diretos:

.:: referências

.:: citações

Prezados aluno@s!

Recomendamos consultar os sítios acima e procurar seguir as normas nos seus trabalhos acadêmicos, sejam eles textos (Word, Open Office etc.), apresentações (Power Point, etc), páginas (html), postagens de blogs e wikis etc.


:: Retorno da ECS9


Car@s alun@s :)

Ao ler a primeira versão da ECS9 achei necessário fazer as algumas observações.
1. Apresentação da atividade deve constar a identificação o curso, da interdisciplina, da atividade, do grupo, título do trabalho (título do capítulo) e o nome completo de todos os elementos do Grupo.
2. Revisar o texto, corrigir ortografia, gramática, pontuação e digitação.
3. Citar as referências. Vocês estão utilizando um texto original, nas citações do texto tem que constar o número da página, bem como a referência completa da obra.
4. Ao utilizar textos de outros autores e sítios, fazer o destaque e a referência correta.
5. Debater as questões elaboradas pelo grupo. Vocês podem utilizar outros espaços, por exemplo, o fórum do Rooda.
6. Tem grupo que ainda não postou seu texto. A data de postagem da primeira versão era 19/11.
Por último, atenção para o prazo de entrega da versão final: 29/11.
Qualquer dúvida peça ajuda.

Um grande abraço,

Vera Corazza




sexta-feira, novembro 24, 2006



ECS- 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA CULTURA E SOCIEDADE
SELVA LUZIA

Fiz uma releitura dos meus trabalhos iniciais e gostei do li.É muito bom voltar a "fita" e ver o que fizemos.Vai vindo a memória detalhes que muitas vezes deixamos de falar , mas que são igualmente importantes para nós. É neste momento que avaliamos o quanto é importante a gente parar e analizar nossa caminhada. Como é importante as repetidas leituras.A cada momento vamos desenvolvendo novas maturidades e é através disso que começamos a perceber que estamos mudando,desenvolvendo habilidades para melhor executar nossa função nesta vida.É estamos abrindo janelas...as do conhecimento e da sociabilização.



quinta-feira, novembro 23, 2006

:: ESC 9 - Trabalho em grupo - Grupo G


Universidade Federal do Rio grande do Sul
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Escola, Cultura e Sociedade
Izolete Lazaroto, Ivana Molina, Rosane Beltrão, Rosana Porto, Inês Cristina, Neusa Teresinha, Rejane Petro, Ilsa Berenice.
ESC 9 - Trabalho em grupo
Pólo de Alvorada
Professora Vera Corazza


Educação, trabalho infantil e feminino

Marx e Engels nunca escreveram um livro, texto ou artigo, especialmente sobre ensino e educação. Essas questões aparecem separadas ao longo de suas obras, em forma de referências e opiniões, porém, são opiniões consistentes e importantes e podem ser consideradas breves análises críticas ao capitalismo, porem, não são críticas imediatistas, pois estabelece um marco de referência bem distinto: ausência de classes, igualdade social, e ausência de relações de dominação.
No século XIX a falta de atenção às necessidades sociais da educação é própria dos primeiros anos do capitalismo, unida às dramáticas condições do trabalho feminino infantil.
Todos os socialistas utópicos e anarquistas confiaram no ensino e instrução, como instrumento de transformação, emancipação, libertação das condições opressoras dos indivíduos, Marx e Engels não ficaram alheios a isso.
A divisão do trabalho e o modo de produção capitalista são o eixo sobre o qual se articulam as colocações de Marx e Engels sobre educação e ensino, estabelecendo uma divisão radical entre os tipos de atividades e tipos de aprendizagem.
A divisão do trabalho tem como conseqüência a luta de classes, havendo a exploração que afeta a educação e a formação dos indivíduos.
O capitalismo exigiu uma crescente capacidade intelectual de todos os indivíduos, estendendo o sistema escolar, institucionalizando e aprofundando.Os índices de analfabetismo se reduzem drasticamente na medida em que as sociedades agrárias se transformam em indústrias. Neste caso, a proposta de Marx e Engels se move num horizonte bem concreto: criticar a atual instituição escolar e mudá-la.
Degradação moral ocasionada pela exploração capitalista. Leis fabris confusas e ilusórias sobre as causas da educação, não assegurando o cumprimento de seus objetivos.
Esta lei estabelece que a crianças sejam encerradas, por determinado número de horas (3 horas) num ambiente chamado de escola, e que empregador receba por isso semanalmente, certificado subscrito por alguém que se qualifique como professor ou professora. Antes de 1844, os certificados eram subscritos com uma cruz por professores que não sabiam ler e escrever. A partir de 1844 ?o mestre de escola? como eram chamados os professores, tinha que escrever com seu próprio punho o número do certificado escolar. Nas escolas, as crianças eram amontoadas em espaços reduzidíssimos, eram ambientes miseráveis e fétidos, onde as crianças não faziam absolutamente nada e não aprendiam nada, recebendo atestado de freqüência, pois o atestado de freqüência era o único objetivo pelo qual elas estavam na escola.
Os donos de indústria não se mostravam favoráveis a dar emprego a meninos que freqüentassem a escola.
Toda a criança antes de começar a trabalhar deve ter freqüentado a escola pelo menos durante 30 dias, não menos que 150 horas exigidos pela lei fabril. Os meninos alternavam o trabalho com a freqüência à escola, até atingirem 150 horas legais. Freqüentavam a escola quando seus empregadores não precisassem deles. Era comum se ausentarem da escola por um longo período e quando retornavam já tinham esquecido o pouco que aprenderam. Os garotos eram chutados da escola para o trabalho e do trabalho para a escola. Do sistema fabril, segundo Robert Owen, brotou o germe da educação do futuro que conjugará o trabalho produtivo de todos os meninos de uma certa idade, com o ensino e a ginástica, constituindo-se em método de elevar a produção social e de único meio de produzir seres humanos plenamente desenvolvidos.
A contradição entre a divisão manufatureira do trabalho e a natureza da indústria moderna se impõem de maneira poderosa.
Ela se patenteia no terrível fato de grande parte dos meninos empregados serem explorados anos seguidos,sem aprender nada que os torne úteis mais tarde.
Meninos de 11 a 17 anos trabalham horas seguidas, em alguns dias da semana chegam a trabalhar 36 horas consecutivas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. Grande parte deles não sabe ler e escrever, são criaturas embrutecidas, anormais e quando se tornam velhos para o trabalho, 17 anos, são despedidos e vão aumentar as fileiras do crime. É difícil arranjar-lhes colocação no mercado de trabalho devido à sua ignorância, degradação física e espiritual.
Surgem as escolas técnicas que se desenvolvem espontaneamente na base da indústria moderna. Nas escolas técnicas os filhos dos operários recebem algum ensino tecnológico e são iniciados no manejo prático de diferentes instrumentos de produção.
A indústria moderna desintegrou a base econômica familiar, e também velhas relações familiares. O direito da criança tinha de ser proclamado. Crianças de ambos os sexos precisavam ser mais protegidas, principalmente de seus pais, pois estes exerciam sobre seus filhos, autoridade arbitrária, nefasta, sem feio e sem controle.
Pequenas empresas, isentas das leis fabris, exploravam o trabalho infantil e feminino. As pequenas empresas ofereciam condições menos favoráveis à saúde, educação e melhoria geral do povo.
Já em 1840, fora nomeada uma comissão parlamentar para investigar as condições de trabalho das crianças. Seu relatório relatava o mais terrível quadro de avareza, egoísmo e crueldade por arte dos patrões e dos pais, e de miséria, degradação e destruição das crianças e adolescentes.


Questões:

1) Segundo o texto, meninos entre 11 e 17 anos trabalhavam 14, 15 e 16 horas diárias. Em alguns dias da semana, 36 horas seguidas com apenas 2 horas de intervalo para comer e dormir. Alternavam a freqüência à escola com o trabalho. Geralmente freqüentavam a escola quando seus empregadores não precisassem deles. Eram chutados da escola para o trabalho e do trabalho para escola. Com base no texto relate uma situação de exploração do trabalho infantil no seu bairro, comunidade escolar que você trabalha, ou algum outro fato que tenha conhecimento através de notícias e documentários, mencionando como é a vida escolar dessas crianças.


2) Em 1840 a mão de obra feminina e infantil era explorada pelas pequenas empresas, por estas, estarem isentas de leis trabalhistas. Cite um fato que você já leu ou vivenciou sobre a exploração do trabalho feminino em sua escola, cidade ou país.

3)Há uma lei no Estatuto da Criança e Adolescente que diz: ? É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos?.
Será que essa lei é realmente cumprida na nossa sociedade?

4)O Governo Federal instituiu o Bolsa Escola, uma ajuda para as famílias de baixa renda para manterem seus filhos na escola. Você acha que esse incentivo ajudou na permanência das crianças na escola, tirando-as das ruas e do trabalho a que tinham que se submeter precocemente para ajudar os pais?



terça-feira, novembro 21, 2006



UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Atividade ESC8
Grupo: Elisângela R. Garcia,Juçara Becker, Tatiana,Cleide Cardoso, Lurdez, Rosimeri, Adriana.
Disciplina: Escola Cultura e Sociedade, Uma Abordagem Sociocultural e Antropológica.
Professora: Vera Corazza

Perspectivas

Nossas perspectivas vão muito além de simplesmente nos formarmos na faculdade, e é na UFRGS. Desde o início do curso EAD percebemos que há neste uma forma diferente, inovadora, diríamos extraordinária de formação de docentes. Não somos apenas pioneiros, mas originais e criativos preocupados em transformar todo um sistema de ensino tradicional e obsoleto. Ao mesmo tempo em que este mesmo sistema esta proporcionando as mudanças e transformações.Estamos enfrentando sim, muitas dificuldades, entre elas a financeira e a técnica, pois, mal sabíamos ligar o computador quando iniciamos o curso.Mas, sobre tudo, a teoria, os textos, e tudo que nos é proposto como atividades, desenvolvem em nós, conhecimentos. Conhecimentos que torna-nos capazes, de observarmos, analisarmos, tirararmos proveito das novas experiências, organizar as idéias, debater, pesquisar e questionar nossas práticas como educadores.Essa troca de experiências e opiniões com os colegas é fundamental, porque encoraja e nos faz ir mais longe. Mas nunca a tempo de discutir sobre tudo e então é necessário fazer isso "sozinhos", para rever o que foi feito e compreender porque as coisas, as atividades ficaram boas ou nem tanto. Sugerimos então, que de tempos em tempos tenhamos esses momentos para respirar, analisar, observar e refazer o que for necessário.Muito mais que uma formação acadêmica, estamos desenvolvendo atitudes que de uma forma ou outra se manifesta na sociedade.Estamos abrindo a cabeça, questionando nossa própria ação, debatendo idéias e buscando outros caminhos.Buscando o conhecimento, ?sozinhos?, estamos encontrando um jeito próprio livres dos estímulos do mundo externo, tendo a oportunidade de sermos nós mesmos.Desenvolvendo o raciocínio por termos de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e nos é cobrado que sejam bem feitas com espírito investigativo, formalizamos a experiência através da escrita nos auto avaliando.Teoricamente estamos aperfeiçoando nossa identidade de professores e tendo a oportunidade de crescer e obter os resultados em uma pratica imediata.Nesta formação de professores a escola ganhou em nova dimensão social que nunca teve. De repetidora, ela se tornou co-criadora deste novo mundo que ai esta. Para que possamos continuar nesse curso é preciso destruir preconceitos, transgredi-los, ter consciência que estamos literalmente correndo atrás do que queremos aprender e ser, transformando a realidade.



segunda-feira, novembro 20, 2006

:: Sistema de ensino e divisão do trabalho


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA, CULTURA E SOCIEDADE
ECS 9 ? Marx II
GRUPO A - POLO ALVORADA
Alunas: Adriana Fraga; Alexandra Stell; Ana Cláudia; Lidiane; Sandra; Solange;

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E TRABALHO
Marx e Engels

PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PARA DISCUSSÃO

Para iniciarmos nossa caminhada falando sobre Marx e Engels é necessário que coloquemos alguns pontos sobre eles. Embora tenha tido uma vivência literária e política, nunca escreveram junta qualquer obra que tratasse sobre ensino e educação. Esses temas aparecem separadamente, mesmo assim não se pode levantar qualquer menção a um sistema pedagógico e educativo elaborado e completo. Cabe também salientar que nenhum nem outro políticos pragmáticos realistas.

Suas afirmações sobre educação nos servem como norte para analisarmos as situações críticas sobre o capitalismo, sistema esse que serve de marco muito distinto, dando uma visão contrária á uma sociedade sem classes, na qual todos os cidadãos sejam iguais. A falta de atenção ás necessidades da educação nos primeiros anos do capitalismo e que infelizmente se arrastam até hoje, unida as condições de trabalho da população operária, no trabalho infantil e feminino. Ainda hoje, acredita-se que a única e transformar a sociedade são através da educação. Somente a educação pode libertar o indivíduo da opressão e assim desenvolver a razão.

A divisão do trabalho substancial ao processo de implantação do modelo capitalista, é o eixo sobre o qual articulam-se as colocações de Marx e Engels, em torno do tema da educação e ensino, discutindo a divisão do trabalho manufatureiro ou industrial.
Além dos temas por eles anteriormente também está em decadência o ensino estatal.

As relações entre diferentes nações dependem do estágio de desenvolvimento das forças produtivas, da divisão do trabalho e das relações internas de cada uma delas, ou seja princípio universalmente reconhecido, portanto a divisão do trabalho obriga em primeiro lugar a separação entre o trabalho industrial e comercial e o trabalho agrícola, traz em conseqüência, entre a cidade e o campo e a oposição dos seus interesses e, devido a isso se assiste ao desenvolvimento de diversas subdivisões entre indivíduos que operam em trabalhos determinados.
A divisão do trabalho só surge efetivamente a partir do momento em que se opera uma divisão entre trabalho serial e intelectual, igualmente, a partir deste instante ela se encontra em condições de emancipar do mundo e de passar é formação de teoria ?pura?, da teologia, da filosofia da moral, etc. Isso acontece quando as forças das relações sociais entram em conflito com as forças produtivas existente. Sendo assim, cabe ao estado moral e a consciência ter uma prontidão em relação às contradições entre os pontos apresentados, é através da divisão do trabalho que se vê, efetivamente, a atividade intelectual e material. Com a divisão do trabalho, que desenvolve todas essas contradições que estabelecem a divisão do trabalho na família e sobre a divisão da sociedade em famílias isoladas, ocasionando assim a distribuição do trabalho e seus produtos de forma desigual, iniciando-se a partir daí a propriedade, que tem como princípio a mulher e os filhos propriedades do homem. Com certeza, essa escravatura familiar é apenas o inicio da primeira propriedade, de resto, a divisão do trabalho e propriedade privada são expressões idênticas, na primeira temos a atividade propriamente dita e na segunda o produto desta atividade.
A divisão do trabalho trabalha com interesses diferentes: os interesses dos indivíduos ou da família singular e o interesse coletivo dos indivíduos que se relacionam entre si, não existem apenas universalmente, mas existem da dependência recíproca dos indivíduos entre os quais é partilhado o trabalho. Sendo assim, conclui-se que desde que os homens vivem em sociedade natural é verificada a diferença entre interesse particular e interesse comum, ou seja, quando a atividade é dividida de forma natural e não mais voluntariamente, a ação do homem transforma-se para ele em um poder estranho que o opõe e subjuga, portanto, ele é dominado pela ação e não mais o contrário. O efeito dessa ação impõe ao homem uma esfera de atividade exclusiva, da qual não pode mais sair, começa aí, a imposição de suas profissões, que passam a ser o meio de sua subsistência; A sociedade comunista apresenta uma forma diferente de aperfeiçoamento, podendo o indivíduo aperfeiçoar-se no campo que melhor lhe aprouver, não sendo obrigado, assim, a ter uma única atividade, é a sociedade que regula a produção geral e lhe possibilita que cada dia possa fazer uma atividade diferente, sem ter que fazer exclusivamente aquilo que lhe foi imposto.
O poder social, ou a força produtiva, que dá vida à cooperação dos indivíduos, a qual é condicionada à divisão do trabalho, não se apresenta conforme diz o nome , pois essa cooperação, não é voluntária e natural, mas como um poder estranho , situado dentro do próprio indivíduo, e qual ele não tem poder sobre ela e nem sabe porque se apresenta e, que apresenta muitos estágios de desenvolvimento, sendo ela que dirige o lado para o qual a humanidade deve direciona-se. Essa alienação, só pode ser interrompida se for transformada num poder insuportável, onde o indivíduo de rebelará contra ela, por ser contrário a propriedade privada, e que se encontre contrário ao mundo de riqueza e de cultura sem existência real. Porém, o desenvolvimento das forças produtivas, traz uma condição prática previamente que apenas levará o homem a pobreza e a penúria, que o fará retomar a condição anterior. Somente através do desenvolvimento universal das forças produtivas que será possível estabelecer um intercâmbio universal entre os indivíduos, sendo assim poderá surgir mundialmente o fenômeno da massa privada de propriedade, tornando cada país concorrente universal, fazendo com que cada homem viva definitivamente a história mundial, em vez de ficarem vivendo exclusivamente uma esfera local.
A força do trabalho é, portanto, a atividade vital do operário. Essa forma com que o operário mantém sua subsistência, vendendo seu trabalho a um terceiro é unicamente o que lhe permite viver. Trabalha para viver, para ele próprio, portanto, o trabalho lhe é um sacrifício, não um prazer, tornando assim, o produto de sua atividade uma mercadoria, pois o que produz não é para ele próprio. A única coisa que produz para si é o salário para sobreviver. Ele sobrevive, não vive, para ele a vida começa quando interrompe sua atividade, quando vai para casa, poder descansar. Sabe-se, que nem sempre o trabalho foi assalariado, uma mercadoria. O escravo por exemplo, não vendia sua força de trabalho, mas era vendido com sua força de trabalho, ele era a mercadoria. O escravo trabalhava, produzia e quem lucrava com seu trabalho era o dono, não ele. Analisando as colocações feitas, pode-se dizer que a mão de obra livre, vende a si próprio, por pedaços, aos grandes exploradores da terra, da fábrica, enfim, aos capitalistas, doando muitas horas de deu dia para suas fábricas, lavouras... O operário livre não pertence na realidade a um único dono, mas ao dono que puder pagar mais por seu trabalho, que de certa forma é escravo. È escravo, porque se torna uma marionete na mão do capitalista, que quando acha que ele não serve mais, o manda embora sem o menor pudor. Mas infelizmente ele faz parte, como escravo, dessa estrutura capitalista e burguesa.
Assim como na cooperação, na manufatura, a coletividade de trabalhadores é uma forma de existência do capital, uma força produtiva que vem da combinação dos trabalhadores. Porém, enquanto a força produtiva deixava intacto o modo de trabalho individual, a manufatura transforma o trabalhador, mutilando-o, tornando-o um simples objeto da oficina do capitalista. Os pensamentos intelectuais e espirituais do operário não são considerados.
Enquanto o trabalho cooperativo não mexe na estrutura do indivíduo, a manufatura apodera-se de sua força individual, tornando-o um indivíduo simplesmente instintivo, produtivo. O trabalhador da manufatura, incapacitado, só consegue produzir sua atividade produtiva para o capitalista. Na verdade, embora inconscientemente, ele é marcado com o nome de seu proprietário, seu dono, o capitalista.
Na manufatura, acontece o empobrecimento do trabalhador e o enriquecimento do capitalista, por isso a manufatura prospera mais que o operário, tornando-o incapaz de exercitar-se intelectualmente, passa a ser uma criatura estúpida, ignorante, sendo reduzido ao pobre que trabalha, ou seja, a grande massa popular.
Tomando isso como base ª Smith, propõe o ensino popular como a única forma de tornar o trabalhador um indivíduo pensante, capaz de transformar sua realidade. No entanto, G. Garnier, contrapõe dizendo que a instrução popular contraria as leis da divisão do trabalho, e adotá-la, seria mudar todo o sistema social. Valeria a pena? Manteria-se a divisão do trabalho? Para Marx, dividir o homem é executá-lo, assassiná-lo...sendo assim, a subdivisão do trabalho é o assassinato de um povo.
A manufatura não exige esforço mental do trabalhador, somente físico, tratando-se de algo que causa muito aborrecimento, passando ele também a ser uma simples máquina, que não pode parar nunca vigiar a máquina. Se não se derem por conta disso, serão facilmente engolidos pelo emburrecimento, restando-lhes somente esperar o seu fim. Mesmo assim, os operários perceberam isso, e, não só desenvolveram sua inteligência como aguçaram o sentimento de revolta e liberdade em relação a todo esse bitolamento. O sentimento de revolta e liberdade é o único sentimento que pode fazer com que o indivíduo saia da situação em que se encontra.
A Rússia, tinha vantagem em ralação as grandes potências, pois apresentava duas instituições fortes para seus habitantes, o serviço militar obrigatório e a instrução elementar para todos. Mesmo que tivesse dificuldades em mantê-las, no papel, ao menos, existia, pois assim poderia ser apresentada a países que tivessem o mesmo tipo de população. Alguns capitalistas queixavam-se inclusive, que não podiam mais nem se aproveitarem de operários que fossem mais desprovidos de conhecimentos escolares, e que os mesmos eram mais desenvolvidos intelectualmente.
Pensamos que já melhorou muito, mas ainda existe essa dominação da burguesia sobre a classe operária e, o único jeito de mudar a situação, ainda é através da educação popular, que poderá transformar o homem em cidadão pensante e senhor de seu destino.

Sendo assim, perguntamos:

1. Que influência exercemos, nós educadores, sobre nossos alunos, levando em consideração a realidade em que vivem?
2. Em sala de aula, sabemos valorizar os saberes que nossos alunos trazem de casa, ou simplesmente nem os consideramos, fazendo com que sejam apenas mais uns objetos presentes na sala?
3. A condição humana que nosso aluno traz para sala de aula, faz com que ele tenha condições de desenvolver-se igualitariamente?
4. A escola pública, tem condições de formar cidadãos pensantes e senhores de seus destinos?
5. Será que o governo, realmente tem interesse em formar cidadãos pensantes e transformadores?
6. O que aconteceria em nosso país, se toda sua população fosse realmente escolarizada e autônoma em relação a seus pensamentos?